O chefe adjunto do gabinete político dos talibãs no Qatar, Sher Abbas Stanekzai, "garantiu-me que os afegãos com documentos válidos continuarão a poder viajar em voos comerciais depois de 31 de agosto", escreveu no Twitter um diplomata alemão que tem estado a negociar com os talibãs, Markus Potzel.
Director Stanekzai assured me that Afghans with legal documents will continue to have the opportunity to travel on commercial flights after 31 August.
— Potzel Markus (@PotzelMarkus) August 25, 2021
Citado pela AFP, Potzel apontou ainda que discutiu a "necessidade urgente" de existir um "aeroporto funcional em Cabul" como condição prévia para as organizações não governamentais e os diplomatas trabalharem no Afeganistão.
Os voos comerciais de e para Cabul estão interrompidos desde 15 de agosto, quando os talibãs chegaram a Cabul.
A chanceler alemã, Angela Merkel, já tinha afirmado hoje que a comunidade internacional deve continuar "a dialogar com os talibãs", de forma a preservar os progressos alcançados no Afeganistão durante os 20 anos da operação militar da NATO naquele país.
"O nosso objetivo deve ser preservar tanto quanto possível as mudanças que alcançámos ao longo dos últimos 20 anos no Afeganistão", disse Merkel, numa intervenção diante dos deputados da câmara baixa do parlamento alemão (Bundestag).
"A comunidade internacional deve também falar com os talibãs sobre isso", prosseguiu a chanceler alemã, num momento em que os Estados Unidos da América (EUA) já confirmaram que mantêm o dia 31 de agosto, a próxima terça-feira, como prazo para a retirada total das tropas norte-americanas do Afeganistão.
Após uma ofensiva relâmpago, os talibãs tomaram Cabul no passado dia 15 de agosto, o que assinalou o seu regresso ao poder no Afeganistão, 20 anos depois de terem sido expulsos pelas forças militares estrangeiras (EUA e NATO).
Foi o culminar de uma ofensiva que ganhou intensidade a partir de maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e dos seus aliados da NATO, incluindo Portugal.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
Desde que os talibãs entraram na capital afegã, milhares de pessoas têm convergido para a zona do aeroporto internacional de Cabul para tentar sair do país antes de 31 de agosto.
Depois de terem governado o país de 1996 a 2001, impondo uma interpretação radical da 'Sharia' (lei islâmica), teme-se que os radicais voltem a impor um regime de terror, nomeadamente ao nível dos diretos fundamentais das mulheres e das raparigas.
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