O Japão suspendeu, esta segunda-feira, a utilização de mais um milhão de doses da vacina Moderna depois de terem sido encontradas "substâncias estranhas" no seu interior. Com esta decisão, o país asiático, que está a investigar a morte de duas pessoas que receberam injeções de lotes contaminados, já suspendeu um total de 2,6 milhões de doses desta vacina.
A medida surge numa altura em que o Japão está a enfrentar uma nova onda de infeções devido à variante Delta, com mais de 25.000 casos diários. Os relatórios mais recentes de contaminação por vacina vêm da prefeitura de Gunma, perto de Tóquio, e da prefeitura do sul de Okinawa.
A suspensão do último milhão de doses acontece depois de o governo do Japão ter comunicado no sábado a morte de duas pessoas após serem vacinadas com um dos lotes da Moderna de Espanha. Segundo o executivo nipónico, não foram encontrados problemas de segurança ou eficácia na vacina, e a suspensão foi apenas uma precaução. As autoridades estão a investigar a causa das duas mortes.
"É improvável que a contaminação por substâncias estranhas levasse diretamente a mortes súbitas", explica Takahiro Kinoshita, médico e vice-presidente da Cov-Navi, um grupo de informação sobre vacinas. “Se as substâncias contaminadas fossem perigosas o suficiente para causar a morte de algumas pessoas, provavelmente muito mais pessoas teriam sofrido alguns sintomas após a vacinação”, acrescenta. Cerca de meio milhão de pessoas receberam doses das vacinas contaminadas, explicou Taro Kono, ministro responsável pela campanha de vacinação.
De acordo com a Moderna e a farmacêutica espanhola Rovi, que enfrasca as vacinas desta empresa, a contaminação pode dever-se a um problema de fabrico numa das linhas de produção da Rovi.
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