São Tomé: Quase totalidade das mesas abriram à hora prevista
A quase totalidade das mesas de voto para a segunda volta das eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe abriram hoje pelas 07:00 locais, como previsto, registando-se "algumas dificuldades" iniciais, mas entretanto resolvidas, segundo a Comissão Eleitoral Nacional (CEN).
© Lusa
Mundo Eleições
Em declarações à Lusa, o porta-voz da CEN, Vítor Correia, disse que 98% das mesas abriram à hora prevista (07:00 locais, mais uma hora em Lisboa).
"Tivemos alguma dificuldade no início por causa de trocas de cadernos eleitorais, mas está tudo resolvido", afirmou o representante, indicando que isso ocorreu em duas mesas.
Cerca de uma hora após o início da votação, a CEN não tinha qualquer relato de boicotes.
No Instituto Superior de Educação e Comunicação da Universidade de São Tomé, recinto Viana da Mota, na capital, São Tomé, mais de uma dezena de eleitores aguardavam a sua vez, cerca de 20 minutos após a abertura das assembleias de voto.
Ali, todos cumpriam as normas de segurança para evitar a propagação da covid-19, usando máscaras e respeitando o distanciamento social.
A votação de hoje marca o fim de um processo eleitoral que se atrasou quase um mês, após diferendos jurídicos e políticos na sequência de contestações aos resultados da primeira volta das presidenciais pelo terceiro classificado, Delfim Neves.
Afonso Varela, 62 anos, faz questão de "separar as águas": "o processo eleitoral correu extremamente bem, mas as coisas complicaram-se nos gabinetes, nos tribunais".
"O problema não é o povo, são as instituições. As manipulações é que geram os conflitos", comentou.
Dentro da assembleia de voto, cada eleitor confirma que o seu boletim foi introduzido na urna, um reforço para tentar evitar desconfiança quanto aos resultados eleitorais.
'Minda', 51 anos, vê o processo após a primeira volta como "bastante constrangedor".
"Sempre fizemos eleições sem grandes confusões nem dramas. A população está tranquila, os políticos é que estavam desnorteados", comentou.
Os diferendos após a primeira volta, em 18 de julho, "não foram nada saudáveis para a democracia, embora faça parte da democracia a possibilidade de contestar", referiu Gilberto Saíta, 56 anos.
Fora do centro da cidade, na localidade de Água Porca, a Escola Popular da Fundação acolhe quatro assembleias de voto. Cerca de uma hora depois da abertura das mesas, algumas dezenas de pessoas estão no recinto.
"Está fraquíssimo. Na primeira volta isto estava cheio de gente", considerou 'Tino', 52 anos, que responsabiliza a classe política: "Fazem campanhas, mas não explicam as suas propostas".
Teresa Manuel, 58 anos, foi votar logo a seguir à missa para evitar a confusão.
Encolhe os ombros e diz que lhe é indiferente quem vai ganhar hoje. "Temos de ter um Presidente".
Mas não deixa de criticar os atrasos no processo: "Foi a desobediência do perdedor. Tem de aceitar. O povo é que decide".
Os candidatos Carlos Vila Nova e Guilherme Posser da Costa disputam hoje o cargo para a Presidência da República de São Tomé e Príncipe.
Carlos Vila Nova (apoiado pelo partido Ação Democrática Independente, oposição) venceu a primeira volta das eleições presidenciais, realizada em 18 de julho, com 43,3% dos votos, enquanto Guilherme Posser da Costa (do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata, no poder) teve 20,7%.
Nesta segunda volta, Posser da Costa conta também com o apoio dos restantes partidos que compõem a 'nova maioria' que suporta o Governo de Jorge Bom Jesus -- Partido Convergência Democrática e a coligação UDD/MDFM.
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