"Na minha opinião, o islamismo (radical), tanto ideológico como violento, é [um risco] de segurança de primeira ordem e, sem controlo chegará até nós, mesmo se está longe de nós, como ficou demonstrado pelo 11 de Setembro (de 2001), vincou.
O ex-chefe do governo Trabalhista (1997-2007) falava por ocasião do 20.º aniversário dos ataques de 11 de setembro em Nova Iorque sobre o perigo dos extremistas no Royal United Services Institute (RUSI, por sua sigla em inglês) de Londres, um "think tank" dedicado à defesa e segurança.
O ataque planeado pela organização 'jihadista' Al-Qaida há 20 anos contra as Torres Gémeas do World Trade Center e o Pentágono matou quase 3.000 pessoas.
Blair disse que o radicalismo islâmico, com uma ideologia de "transformar a religião em doutrina política, apoiada se necessário pela luta armada, inevitavelmente levou ao conflito com sociedades abertas, modernas e culturalmente tolerantes".
O ex-primeiro-ministro, que enviou tropas para o Afeganistão após os ataques de 11 de Setembro, ressaltou que há o perigo de grupos radicais desenvolverem armas biológicas.
"A covid-19 ensinou-nos sobre patógenos mortais. As possibilidades de bioterrorismo podem parecer algo de ficção científica, mas seríamos prudentes se nos preparássemos agora para o possível uso por atores não-estatais", avisou.
Para Blair, o radicalismo islâmico opera "em muitas áreas e dimensões", de modo que, "no final, a sua derrota acontecerá com o confronto da violência e da ideologia através de uma combinação de poder duro (militar) e brando (influência)".
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