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Retirada do Afeganistão "confrontou UE com a sua dificuldade estratégica"

O ministro da Defesa defendeu hoje que a retirada das tropas da NATO do Afeganistão confrontou a União Europeia com a sua dificuldade em mostrar capacidade, relevância e iniciativa estratégicas e que devem ser retiradas as "devidas lições".

Retirada do Afeganistão "confrontou UE com a sua dificuldade estratégica"
Notícias ao Minuto

11:55 - 08/09/21 por Lusa

Mundo Afeganistão

João Gomes Cravinho presidia à abertura do seminário "Info Day Portugal - Fundo Europeu de Defesa", uma iniciativa da IdD Portugal Defence, em parceria com a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional e o Instituto da Defesa Nacional, que decorre esta quarta-feira neste instituto, em Lisboa, e cujo objetivo é conhecer melhor o contexto, objetivos e modalidades de participação no Fundo Europeu de Defesa.

"A Defesa europeia vive hoje um momento de profundo questionamento. O processo de retirada das forças Aliadas do Afeganistão confrontou a União Europeia com a sua dificuldade em mostrar capacidade estratégica, relevância estratégica e iniciativa estratégica", declarou.

Para o governante, esta realidade obriga a UE a tirar as "devidas lições".

"Desde logo, a União precisa de elevar o seu nível de ambição e reforçar as suas capacidades militares. Não podemos estar dependentes de outros para defender interesses vitais nossos que podem não ser interesses vitais de outros", advogou.

Na ótica do ministro, o Fundo Europeu de Defesa visa "preencher as lacunas da União ao nível estratégico", que têm impedido a UE de ser "um ator global relevante" e que, em alguns domínios, tornam a União mais dependente de terceiros e vulnerável à interferência de atores externos.

Gomes Cravinho defendeu que "uma indústria de defesa forte é crucial para a efetiva autonomia e capacidade de cumprimento das missões das Forças Armadas".

"Mas é crucial também para afirmar o papel de Portugal na Europa da defesa, e para credibilizar o nosso contributo para uma cultura estratégica comum e uma identidade europeia de defesa", aditou.

O ministro destacou o papel das empresas portuguesas de Defesa para a economia nacional, responsáveis por "cerca de 3% do total de exportações do país", com potencial para crescer.

"As empresas de defesa têm um papel importante na nossa economia que deve continuar a ser reforçado, são um motor de inovação e de emprego qualificado. A Economia de Defesa em Portugal já é responsável por cerca de 3% do total de exportações do país e tem potencial para crescer ainda mais", declarou.

Segundo o governante, para estas empresas, o FED "representa uma oportunidade para alavancar o seu crescimento e promover a sua especialização e internacionalização".

O Fundo Europeu de Defesa, aprovado em abril, conta com uma dotação financeira de cerca de 7,9 mil milhões de euros até 2027 e tem por objetivo geral promover a competitividade, eficiência e capacidade de inovação da base tecnológica e industrial de defesa europeia em toda a União, contribuindo para a sua autonomia estratégica, por meio do apoio a ações de colaboração e à cooperação transfronteiriça entre entidades jurídicas da UE, em particular Pequenas e Médias empresas e empresas de média capitalização.

[Notícia atualizada às 12h13]

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