Zhao alegou que as reservas "pertencem aos afegãos" e que os EUA deveriam concordar com os pedidos "legítimos" daquele país, pedindo a Washington para que abandone as "pressões e sanções" e para que deixe de "criar obstáculos à economia e à reconstrução pacífica do Afeganistão".
As reservas brutas do Banco Central do Afeganistão, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), ascendem a 9,4 mil milhões de dólares (cerca de oito mil milhões de euros), dos quais uma parte, de montante não revelado, está nos Estados Unidos.
Recentemente, o Presidente dos EUA, Joe Biden, explicou que as reservas que o Governo afegão tem nos Estados Unidos não ficarão acessíveis aos talibãs, que assumiram o controlo do Afeganistão.
Embora a China não tenha reconhecido formalmente o novo Governo afegão, o porta-voz Zhao garantiu hoje que a embaixada chinesa no Afeganistão está "a funcionar normalmente" e que a China "está disponível para manter relações" com os talibãs.
Na terça-feira, o até agora embaixador chinês na República Islâmica do Afeganistão, Wang Yu, reuniu com o ministro provisório dos Negócios Estrangeiros afegão, Amir Muttaqi, agradecendo ao grupo islâmico "por ter garantido a segurança de empresas e cidadãos chineses".
O Afeganistão debate-se com uma grave crise económica e o novo Governo já reconheceu que está muito dependente de ajuda externa, como a que foi prometida por Pequim, que na passada semana anunciou uma doação de 31 milhões de dólares (cerca de 26 milhões de euros), incluindo alimentos, medicamentos e vacinas.
Hoje, o Banco Central afegão revelou que cerca de 12,3 milhões de dólares (cerca de 10,5 milhões de euros) em dinheiro e barras de ouro foram encontrados em casas de ex-governantes do Afeganistão.
"O dinheiro encontrado pertencia a altos líderes do anterior Governo, como Amrullah Saleh (ex-vice-Presidente), e de algumas agências de segurança, que mantinham dinheiro e ouro nos seus escritórios", segundo o comunicado do Banco Central afegão.
Segundo este texto, o Emirado Islâmico, nome dado ao Afeganistão pelos talibãs, já transferiu estes bens "para os cofres nacionais".
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