Filha de Rusesabagina acusa Presidente do Ruanda de decidir veredicto
O veredicto contra o líder da oposição ruandesa Paul Rusesabagina, condenado hoje em Kigali por "terrorismo", foi "decidido" pelo Presidente Paul Kagame, disse uma das filhas do acusado, Carine Kanimba, falando na Bélgica.
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Mundo Ruanda
"Não me surpreende nada, esperávamos exatamente isso. Kagame raptou o meu pai, depois foi à televisão para dizer que tinha sangue nas mãos. Os juízes decidiram o que o ditador queria que eles decidissem", disse Carine Kanimba, citada pela agência France-Presse, pouco depois de a sentença ter sido anunciada.
Um tribunal ruandês considerou hoje Paul Rusesabagina, o antigo gerente que inspirou o filme "Hotel Ruanda" sobre o genocídio de 1994 no país africano, "culpado" de crimes terroristas.
A Câmara do Supremo Tribunal para Crimes Internacionais e Transfronteiriços em Kigali declarou Rusesabagina, 67 anos, culpado de formar e financiar um grupo terrorista por liderar a Frente de Libertação Nacional (FLN), a ala armada do seu partido, o Movimento Ruandês para a Mudança Democrática (MRCD).
O antigo gerente, que deixou de comparecer em tribunal em março, com o argumento de que não iria receber um julgamento justo, foi preso a 31 de agosto no aeroporto internacional de Kigali, numa detenção que a sua família e advogados descrevem como um "rapto".
"Decidimos que o seu papel na criação do NLF, o seu fornecimento de fundos e a compra de telefones seguros para a sua utilização, tudo isto constitui o crime de cometer terrorismo. Considerámo-lo, portanto, culpado do crime de terrorismo", disse a juíza Beatrice Mukamurenzi, ao ler o veredicto.
Rusesabagina foi considerado culpado "in absentia" numa audiência que ainda não terminou e diz respeito a um caso conjunto em que está a ser julgado juntamente com 20 membros da FLN.
Por enquanto, resta saber que sentença o tribunal irá impor ao antigo gerente do hotel.
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