O número é cauteloso, já que o próprio Presidente do país, Salva Kiir, admitiu que o dinheiro desviado por várias responsáveis do país poderia exceder 4 mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros).
Num relatório apresentado hoje ao Conselho dos Direitos Humanos, a missão das Nações Unidas explica que as autoridades do Sudão do Sul adotaram um sistema informal de cobrança de impostos sobre o petróleo, o principal recurso económico do país, o que, na ausência de órgãos de fiscalização, facilitou o desvio de fundos públicos.
Ainda segundo o documento, o setor petrolífero do Sudão do Sul é dominado por uma rede empresarial que atua impunemente, causando graves danos ambientais, que afetam a saúde da população, com casos de nascimentos prematuros, abortos espontâneos e defeitos de nascença devido à degradação ambiental.
"Muitos destes problemas de saúde, que poderiam ter sido evitados, podem ser atribuídos à presença de petróleo bruto na água", disse Yasmin Sooka, presidente da comissão que realizou o relatório.
A comissão salienta que a corrupção generalizada é um dos principais motores do conflito no Sudão do Sul, um país que vive em guerra civil quase constante desde a sua independência do Sudão, em 2011.
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