Preso antigo chefe de gabinete do presidente deposto do Mali
O antigo chefe de gabinete do presidente deposto do Mali Ibrahim Boubacar Keita foi hoje detido, no âmbito de uma investigação sobre a compra, em 2014, do avião do chefe de Estado, segundo fontes judiciais.
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Mundo Mali
O antigo primeiro-ministro Soumeylou Boubeye Maiga, ministro da Defesa na altura dos acontecimentos, e o antigo ministro da Economia e Finanças Bouare Fily Sissoko, já foram detidos no âmbito deste caso, em 26 de agosto. Ambos são alvo de processos por danos públicos e suspeitas de fraude, falsificação de documentos e favoritismo.
Mahamadou Camara, que foi diretor do gabinete e ministro do Presidente Keita, foi desde segunda-feira, juntamente com duas outras pessoas, alvo de um mandado do Supremo Tribunal, mas nenhum dos três homens se apresentaram ao juiz, disse uma fonte judicial à agência France-Presse.
Hoje, após ter comparecido perante o juiz, este ordenou a sua detenção e foi conduzido à prisão central, em Bamako, de acordo com uma fonte prisional.
A compra de um avião presidencial por quase 40 milhões de dólares, bem como de equipamento militar, a uma empresa do Mali, tudo sem concurso, implicou para o país, em 2014, sanções das instituições financeiras, incluindo o congelamento por seis meses dos apoios do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A magistratura do Mali continuou a sua investigação sobre a compra do avião, que foi destacada pelo Gabinete do Auditor Geral, uma autoridade independente, por excesso de faturação, apropriação indevida de fundos públicos, fraude, tráfico de influência e favoritismo.
Os apoiantes de Maiga, um peso político pesado com ambições presidenciais, viram na sua detenção uma tentativa de o manter fora das próximas eleições.
Os coronéis que depuseram Keita, no golpe de Estado de 18 de agosto de 2020, comprometeram-se a realizar as próximas eleições, para devolver o poder aos civis, em fevereiro de 2022.
A acusação também suscitou controvérsia no Supremo Tribunal, com o primeiro advogado-geral, Cheick Mohamed Chérif Koné, a acusar publicamente o Presidente e o procurador-geral do Tribunal, Wafi Ougadeye Cissé e Mamadou Timbo, em 07 de setembro, de "fraude".
Numa carta ao procurador da República, Koné criticou-os por se vergarem à "pressão das redes sociais e (às) preocupações dos organismos de transição", aceitando um processo sob a jurisdição do Supremo Tribunal de Justiça, que, segundo ele, só poderia ser constituído após as eleições.
O advogado foi imediatamente dispensado das suas funções por decreto do Presidente de transição, o coronel Assimi Goita, devido a "grave conduta profissional que está a confundir o público".
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