"Este é o momento de pressionar energeticamente o governo de Pristina, de obrigá-lo a retirar a polícia do norte do Kosovo e de evitar que a situação leve a um conflito mais grave", referiu a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, citada num comunicado.
A representante da diplomacia russa sublinhou que tanto a NATO como a UE têm "mandatos suficientes para evitar a arbitrariedade legal e, portanto, têm a responsabilidade de proteger a população civil, garantir a paz e a segurança".
"A comunidade dos municípios sérvios no Kosovo, criada para garantir os direitos e os interesses dos sérvios, tornou-se uma 'letra morta' devido à sabotagem de Pristina", apontou a mesma porta-voz, denunciando a imposição nesta zona "de um controlo total (...) através do aparelho repressivo do autoproclamado Estado kosovar".
Segundo Maria Zakharova, esta situação trata-se de "uma nova ofensiva para expulsar os sérvios desta região", ação esta que não é avaliada nem criticada por Bruxelas ou por Washington.
Um novo período de tensão entre a Sérvia e o Kosovo - que já levou Belgrado a destacar tropas para junto da fronteira com a sua antiga província do sul (que declarou unilateralmente independência em 2008) - teve início depois de Pristina ter decidido impedir a entrada no seu território de veículos com matrículas sérvias.
Os sérvios, maioritários no norte do Kosovo mas minoritários no resto do país, cuja população é composta por uma esmagadora maioria de albaneses étnicos, têm organizado protestos para denunciar a medida imposta pelas autoridades kosovares que, segundo argumentam, restringe a sua liberdade de movimentos.
Os sérvios também têm denunciado o destacamento de veículos blindados da polícia kosovar junto da fronteira, manobras que encaram como uma ameaça.
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