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Everard: Mulheres devem estar "informadas". Chefe de polícia retrata-se

Chefe da polícia britânico comentou o homicídio de Sarah Everard responsabilizando as mulheres por não conhecerem os mecanismos legais. Sarah "nunca se deveria ter submetido" à detenção, disse Philip Allott, que foi alvo de duras críticas.

Everard: Mulheres devem estar "informadas". Chefe de polícia retrata-se
Notícias ao Minuto

18:55 - 01/10/21 por Notícias ao Minuto

Mundo Sarah Everard

Um responsável policial britânico foi obrigado a pedir desculpa publicamente depois de dizer que as "mulheres devem estar informadas" em relação aos poderes de detenção de um polícia, no âmbito do caso Sarah Everard [na imagem acima].

O Comissário de North Yorkshire, Philip Allott, levantou uma onda de críticas ao dizer que Sarah Everard, a mulher de 33 anos que foi assassinada por um agente da Polícia Metropolitana de Londres, "nunca se deveria ter submetido" à detenção por parte do polícia.

Recorde-se que Wayne Couzens, o antigo agente, que foi esta quinta-feira condenado a pena de prisão perpétua, deteve Everard sob o falso pretexto de uma operação de fiscalização da Covid-19, antes de a raptar e a levar para um local remoto, onde a violou e matou.

Ora, disse Allott no seu polémico comentário, "as mulheres deviam saber que isto não é ofensa passível de detenção - não é considerada grave o suficiente para resultar em pena de prisão ou julgamento".

"Primeiro que tudo, as mulheres devem estar informadas em relação às situações em que podem ser presas e quando não podem. Ela nunca deveria ter sido detida nem se deveria ter submetido a isso", disse. "Talvez as mulheres devam considerar aprender um pouco mais acerca do processo legal", acrescentou, embarcando na postura de culpabilização da vítima característica em casos de feminicídio.

Philip Allott emitiu depois um pedido público de desculpas, indicando que desejava retratar as suas declarações. "Gostaria de pedir as mais sinceras desculpas pelos meus comentários à BBC Radio York, que, apercebo-me, foram insensíveis e quero voltar atrás por completo."

Há, porém, insatisfação face ao pedido de desculpas, sendo descrito como insuficiente. "O problema não é que [as declarações] tenham sido insensíveis, é que ao invés de se responsabilizar a liderança policial, deu conselhos ao público que responsabilizam as vítimas na prevenção do abuso de poder por parte da polícia. Conselhos que, no máximo, foram inúteis e, pior, prejudiciais", pode ler-se numa das respostas à publicação, por parte de Hannah Rose Woods, uma autora britânica.

Leia Também: Sarah Everard. Polícia britânica muda, cidadãos podem questionar agentes

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