Gass "reuniu-se com altos funcionários talibãs, incluindo Amir Khan Muttaqi [ministro dos Negócios Estrangeiros afegão] e Abdul Ghani Baradar [vice-primeiro-ministro afegão]", declarou o ministério britânico num comunicado.
O responsável britânico estava acompanhado por Martin Longden, encarregado de negócios da missão britânica para o Afeganistão, que foi realocado para Doha, no Qatar, após a saída das últimas forças norte-americanas e estrangeiras do Afeganistão em 30 de agosto, disse a mesma fonte.
As partes discutiram a crise humanitária no Afeganistão, como evitar que o país se torne novamente um foco de terrorismo internacional e a necessidade de permitir que afegãos e estrangeiros que desejem partir o façam em segurança, segundo a nota do Ministério britânico.
Uma gigantesca ponte aérea retirou mais de 120.000 estrangeiros e afegãos ansiosos por fugir do novo regime talibã -- que tomou o poder em 15 de agosto --, com a partida dos últimos soldados norte-americanos em 30 de agosto.
Em seguida, ocorreram alguns voos de retirada, mas vários países ocidentais ainda têm uma lista de pessoas que desejam sair e pediram repetidamente ao Governo talibã que garanta a segurança desta pessoas.
As discussões também se concentraram na "questão do tratamento das minorias e dos direitos das mulheres e raparigas", acrescentou o ministério britânico.
A reunião permitiu "discussões detalhadas sobre o renascimento das relações diplomáticas entre os dois países", disse Abdul Qahar Balkhi, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão.
Nenhum país reconheceu oficialmente o novo Governo talibã até ao momento, mesmo que o Paquistão, a China e o Qatar, em particular, tenham mostrado alguns sinais de abertura em relação a esta questão.
Apenas três Estados (Paquistão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos) reconheceram o primeiro governo talibã no Afeganistão, entre 1996 e 2001.
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