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Irão espera negociações sobre acordo nuclear retomadas "em breve"

O Irão espera que as negociações sobre o acordo nuclear internacional, suspensas desde junho passado, sejam retomadas "em breve", disse hoje o chefe da diplomacia iraniana, após um encontro com o seu homólogo russo em Moscovo.

Irão espera negociações sobre acordo nuclear retomadas "em breve"
Notícias ao Minuto

14:09 - 06/10/21 por Lusa

Mundo Acordo nuclear

"Destaquei o facto de que estamos atualmente a finalizar as nossas consultas sobre este assunto, e que muito em breve iremos retomar as negociações em Viena [Áustria]", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, na capital russa.

O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, assegurou, por sua vez, que o Irão "está pronto" para o reinício das conversações e que agora a "comunidade internacional espera que os Estados Unidos regressem à legalidade do acordo nuclear e à anulação das restrições ilegais" que visaram Teerão.

Hoje de manhã, antes destas declarações, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia informou que Lavrov tinha mantido uma conversa com o seu homólogo norte-americano, Antony Blinken, e que o reinício das negociações internacionais sobre o acordo nuclear com o Irão tinha sido abordado pelos dois representantes.

Firmado em 2015 em Viena entre Teerão, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China) e a Alemanha, o acordo internacional visava limitar e ter uma maior vigilância do programa nuclear iraniano (através de um controlo rigoroso por parte da ONU) em troca do levantamento das sanções internacionais.

O acordo foi posto em causa depois de os Estados Unidos (durante a administração do Presidente Donald Trump) terem decidido retirar-se dele unilateralmente, em maio de 2018, e restabelecer sanções económicas ao Irão, que os restantes signatários não conseguiram contrariar.

Em resposta, e perante uma economia iraniana asfixiada com as sanções norte-americanas, Teerão decidiu, a partir de maio de 2019, deixar gradualmente de respeitar alguns dos compromissos do acordo, que limitava grandemente a sua atividade nuclear.

Com a chegada de uma nova administração à Casa Branca em janeiro de 2021, liderada pelo Presidente Joe Biden, os Estados Unidos avançaram com a intenção de regressar ao protocolo internacional, estabelecendo, porém, condições.

Foram iniciadas nos meses seguintes rondas de conversações em Viena, supervisionadas pela União Europeia (UE), para tentar restaurar totalmente o acordo internacional.

Estas consultas estão interrompidas desde a eleição, em junho passado, do novo Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, que tomou posse em agosto.

O regime de Teerão tem assegurado regularmente que deseja retomar as negociações.

Ainda nas declarações em Moscovo, o chefe da diplomacia iraniana expressou a preocupação de Teerão em relação à presença de Israel na região do Cáucaso, num contexto de tensões regionais, e apontou críticas ao "vizinho" Azerbaijão pela crescente cooperação com as autoridades israelitas.

"Não iremos tolerar certamente mudanças geopolíticas e de mapas no Cáucaso e estamos muito preocupados com a presença de terroristas e de sionistas nesta região", declarou Hossein Amir-Abdollahian.

O Irão e o Azerbaijão, dois países muçulmanos que tradicionalmente têm boas relações, estão envolvidos num clima de tensão desde a semana passada, na sequência dos crescentes laços entre Baku e Israel, um inimigo declarado de Teerão e um dos principais fornecedores de armas do exército daquela ex-república soviética.

Teerão aponta também o dedo às autoridades de Baku por estas terem permitido a presença de soldados israelitas no seu território, na fronteira com o Irão, numa altura em que a República Islâmica conduzia manobras na área.

Na segunda-feira, as autoridades de Baku rejeitaram as acusações iranianas, negando qualquer presença israelita na fronteira durante os exercícios militares lançados, na sexta-feira, pelo Irão e que tinham sido alvo de críticas por parte do Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev.

No dia seguinte, Ilham Aliev assegurou que as acusações "infundadas" de Teerão "não iriam ficar sem resposta".

Na capital russa, o chefe da diplomacia iraniana defendeu hoje os exercícios militares conduzidos pelo regime de Teerão, destacando que as manobras estavam a ser realizadas "dentro do território" da República Islâmica.

Hossein Amir-Abdollahian recordou também que o Azerbaijão tem conduzido manobras "com países diferentes" no seu território, iniciativa que descreveu como uma "provocação".

Leia Também: Nuclear. Irão admite voltar às negociações antes do início de novembro

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