Saara Ocidental: Guterres nomeia Stefan de Mistura como enviado da ONU
O secretário-geral da ONU, António Guterres, nomeou hoje o diplomata ítalo-sueco Staffan de Mistura como seu novo enviado especial para o Saara Ocidental, cargo que estava vago desde a renúncia do alemão Horst Köhler em 2019.
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A nomeação de De Mistura ocorre depois de as autoridades marroquinas e saarauís terem dado a sua aprovação à proposta do secretário-geral.
"O novo enviado pessoal propiciará bons funcionários em nome do secretário-geral, trabalhará com todos os interlocutores relevantes, incluindo partidos, países vizinhos e outras partes interessadas", disse hoje o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.
Dujarric lembrou que, para o secretário-geral da ONU, os "firmes e intensos" esforços de Köhler "lançaram as bases para um novo impulso no processo político", que está estagnado há vários anos.
O porta-voz também sublinhou que o novo enviado pessoal tem "várias décadas de experiência em diplomacia e assuntos políticos".
De Mistura já foi enviado pessoal do secretário-geral para o conflito na Síria, cargo que ocupou entre 2014 e 2019, depois de ter sido representante especial do diretor executivo da ONU para o Afeganistão e Iraque e de ter trabalhado no sul do Líbano como representante das Nações Unidas, entre outros cargos dentro da organização multinacional.
O Governo marroquino manifestou, no passado mês, o seu acordo à nomeação do diplomata e indicou que a sua aceitação emanava da sua confiança nos esforços de Guterres para chegar a uma solução "política, realista, duradoura e consensual" para o conflito na região.
O plano da ONU para resolver o problema no Saara Ocidental passa por um referendo de autodeterminação para o povo saarauí, ao qual Rabat se opõe frontalmente, propondo a autonomia sob soberania marroquina como única alternativa.
Köhler renunciou ao cargo em maio de 2019 sem ter sido capaz de alterar as posições irreconciliáveis de Marrocos e da Frente Polisário para o Saara Ocidental, nem mesmo nas duas rondas de negociações que o alemão liderou em Genebra, em 2018 e 2019.
No final das negociações frustradas, Marrocos deixou claro que não pretendia regressar a uma eventual mesa de negociações se não participasse na conversa -- e não com mero estatuto de observador - o outro país com interesses na área, a Argélia, que acolhe os campos de refugiados de Tinduf.
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