Após dois mandatos sucessivos marcados por várias crises (queda no preço do petróleo, migrações e a pandemia de covid-19), a primeira-ministra norueguesa cessante, a conservadora Erna Solberg, deslocou-se hoje, ao final da manhã, ao Palácio Real para apresentar a renúncia formal do executivo ao rei Harald V.
"Vou recomendar a sua Majestade o Rei que aborde o líder do Partido Trabalhista, Jonas Gahr Store, uma vez que ele é o potencial primeiro-ministro designado pelos dois partidos que declararam estar disponíveis para formar um Governo", afirmou Erna Solberg num discurso proferido no parlamento norueguês, onde o executivo de centro-direita apresentou a sua última proposta de orçamento.
Vencedores das eleições legislativas de 13 de setembro na Noruega, os trabalhistas, principal força da oposição e liderados por Jonas Gahr Store, e o Partido do Centro, anunciaram, na passada sexta-feira, que tinham acordado os termos para a formação, em coligação, de um novo Governo minoritário.
Em minoria no parlamento -- a nova coligação bipartidária terá apenas 76 lugares em 185 - o futuro executivo norueguês será assim forçado a negociar cada dossiê com as restantes formações políticas com assento parlamentar.
Ainda pouco se sabe sobre o programa político da futura equipa governativa, mas, segundo as agências internacionais, é expectável que as prioridades políticas da coligação sejam reveladas na quarta-feira, antes da apresentação da composição do Governo, prevista para o dia seguinte.
Uma terceira força da oposição norueguesa, a Esquerda Socialista, também chegou a participar nas conversações preliminares para a formação de uma coligação governamental, que teria assim a maioria no parlamento, mas as negociações acabaram por fracassar.
As atividades petrolíferas do país nórdico e as consequentes implicações ambientais, bem como a tributação dos mais ricos, foram algumas das questões em divergência e que ditaram o fracasso das conversações políticas.
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