PM de Israel vai à Rússia discutir programa nuclear do Irão com Putin
O primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, vai encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, na próxima semana em Sochi, Rússia, para discutir "principalmente o programa nuclear iraniano", anunciou hoje o seu gabinete.
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Mundo Naftali Bennett
"As duas partes discutirão questões diplomáticas, de segurança e económicas relativas aos dois países, bem como assuntos regionais importantes, incluindo principalmente o programa nuclear iraniano", disse o gabinete de Bennett, citado pela agência de notícias France-Presse.
A deslocação de Bennett a Sochi está agendada para 22 de outubro, e realiza-se a convite de Vladimir Putin, segundo o gabinete do primeiro-ministro israelita.
Esta é a primeira visita oficial do primeiro-ministro israelita à Rússia desde a sua tomada de posse, em junho.
Putin felicitou Bennett após a sua vitória e salientou que a cooperação russo-israelita reforçaria a "paz, segurança e estabilidade" no Médio Oriente.
Além de membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Rússia é um dos signatários do acordo nuclear do Irão de 2015, juntamente com a Alemanha, China, Estados Unidos da América, França e Reino Unido.
O anúncio da visita segue-se a um pedido de Naftali Bennett para que o Conselho de Segurança da ONU tome medidas contra o Irão por causa da evolução crescente do seu programa nuclear, apesar das negociações em curso para retomar um acordo de controlo.
Naftali Bennett defendeu hoje, numa conferência em Jerusalém, que o comportamento do Irão é um problema de todas as nações e que o país deve ser chamado à responsabilidade por todos.
Bennett disse ter avisado outros líderes, incluindo Joe Biden e a chanceler alemã, Angela Merkel, de que o Irão está a violar compromissos internacionais básicos à sombra do agora quase inútil acordo nuclear de 2015.
No âmbito do acordo, o Irão aceitou reduzir o seu programa nuclear sob controlo das Nações Unidas em troca do levantamento de grande parte das sanções económicas ao país.
O acordo foi denunciado unilateralmente pelos Estados Unidos em 2018, pela administração de Donald Trump, o que levou Teerão a ir avançando paulatinamente no enriquecimento de urânio, necessário para desenvolver o programa.
O novo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, decidiu voltar a negociar um regresso ao acordo inicial.
As conversações para um relançamento do acordo tinham sido retomadas em abril, em Viena, mas estão suspensas desde junho, quando foi eleito o novo Presidente do Irão, o ultraconservador Ebrahim Raisi.
O chefe da Organização de Energia Atómica iraniana, Mohammad Eslami, anunciou no fim de semana que o Irão ultrapassou os 120 quilos de urânio enriquecido a 20% armazenado.
"Ultrapassámos os 120 quilos, temos mais do que esse valor. O nosso povo sabe muito bem que deveriam dar-nos o combustível enriquecido a 20% para usar no reator, mas não nos dão", disse Eslami, em declarações à televisão estatal.
No final de setembro, perante a Assembleia Geral da ONU, o primeiro-ministro israelita já tinha acusado o Irão de ter atravessado "todas as linhas vermelhas" e reafirmado que Israel não permitirá a Teerão adquirir armas nucleares.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amir-Abdollahian, cujo país insiste que o seu programa nuclear é para fins civis, visitou Moscovo na semana passada, onde o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, apelou para um reatamento das negociações em Viena "o mais rapidamente possível".
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