Falando na abertura de um fórum de energia em Moscovo, Putin indicou que pretende discutir com a Europa "um mecanismo de longo prazo para estabilizar o mercado de energia, que é muito importante na difícil situação atual".
Para o Presidente russo, os Estados europeus, aos quais a Rússia abastece um terço das suas necessidades de gás, cometeram o "erro" de "descansar sob a mão invisível do mercado", ao contar com compras pontuais em vez de aumentar o número de contratos a longo termo com Moscovo.
Putin insistiu, mais uma vez, no facto de a Rússia ser um parceiro "confiável", que respeita todas as suas "obrigações contratuais" e repetiu que a alta de preços não é culpa de Moscovo, argumentando que está disposto a aumentar a distribuição de gás para a Europa, desde que através de contratos de longo prazo.
"Se houver novos pedidos, só poderão ter resposta através de novas condições contratuais", disse hoje o ministro da Energia russo, Nikolai Choulguinov.
Após semanas de escalada de preços, Putin já havia sugerido que é possível "considerar um possível aumento" no volume de gás fornecido à Europa, para ajudar a estabilizar os preços.
A crise energética global deve-se, em parte, à aceleração da procura, por causa das condições de recuperação económica da crise provocada pela pandemia de covid-19, e a vários fatores que reduziram a oferta, fazendo com que os preços disparassem a níveis sem precedentes.
Na Europa, as reservas de gás estão nos seus níveis mais baixos, após um inverno prolongado em 2020, a que se soma uma contribuição reduzida de energias renováveis, como a eólica, por razões meteorológicas.
Neste contexto, todos os olhares voltam-se para Moscovo, que fornece mais de um terço do gás europeu.
Os críticos da postura de Putin acusam a Rússia de usar a situação para pressionar pela obtenção de mais contratos de longo prazo e para colocar o novo gasoduto, Nord Stream, 2 em operação, rapidamente.
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