"Não estou a par de nenhum pedido nesse sentido, contrariamente a eleições anteriores em que sim, houve pedidos", disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, durante uma conferência de imprensa.
Stéphane Dujarric, explicou que "para prestar assistência eleitoral, tradicionalmente necessitamos de uma espécie de mandato legislativo e não estou a par de nenhuma demanda recente"
Ao contrario da ONU, a União Europeia (EU), anunciou, em finais de setembro a União Europeia (UE), que aceitou um convite do Conselho Nacional eleitoral da Venezuela para enviar uma missão de "acompanhamento" das eleições de 21 de novembro.
As eleições regionais e municipais na Venezuela registam tradicionalmente uma alta abstenção e o envio da missão tem lugar depois de a União Europeia ter declinado um convite para estar presente nas legislativas de 2020, por considerar que "não cumpria as condições para um processo eleitoral transparente, inclusivo, livre e justo".
Segundo a imprensa venezuelana, na semana passada, o Alto Representante da Política Exterior da UE, Josep Borrell disse aos jornalistas que o envio da missão dependerá da oposição e que poderia ser uma garantia para os opositores do Governo do Presidente Nicolás Maduro.
"Será uma maior garantia, para eles, que estejamos presentes, auditando o sistema", disse Josep Borrel aos jornalistas.
As declarações do Alto Representante da EU foram condenadas por Caracas que o acusou ter a "pretensão ingerencista de utilizar a missão em benefício de uma parcialidade política, em detrimento do estabelecido no Acordo assinado entre o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela e a Delegação da União Europeia" no país.
Caracas insiste que "a legalidade e legitimidade do processo eleitoral venezuelano não depende nem dependerá de nenhum ator estrangeiro, mas estritamente da soberania popular, tal como contempla a Constituição" da Venezuela.
O presidente do parlamento e chefe da Delegação que representa o Governo do Presidente Nicolás Maduro nas negociações com a oposição que decorrem no México, instou Josep Borrel a "respeitar a soberania dos venezuelanos" porque de não ser assim "é melhor que não venha".
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