Em entrevista à Associated Press (AP), Kerry deu, no entanto, crédito aos Estados Unidos, à União Europeia, ao Japão e a outros aliados, que durante o ano passado prometeram cortes maiores e mais rápidos no uso de combustíveis fósseis que afetam o clima, antes das conversações da COP26 em Glasgow, Escócia.
"Quando Glasgow terminar, saberemos quem está a fazer a sua parte e quem não está", disse.
Kerry falou igualmente do impacto resultante de o Congresso norte-americano, com fraca maioria democrata, falhar a aprovação de legislação para medidas significativas sobre o clima por parte dos Estados Unidos, já que a administração Biden pretende recuperar a liderança na ação climática. "Seria novamente como o Presidente Trump sair do acordo de Paris", afirmou.
As declarações do responsável norte-americano surgem após nove meses de intensa diplomacia climática, para estabelecer compromissos de ação antes da cimeira das Nações Unidas, que começa a 31 de outubro.
Kerry rejeitou a ideia de estar a reduzir as expectativas para a cimeira, que se tornou um prazo, mas não o final, para os líderes começarem a apresentar o trabalho dos países na transformação das economias para a adoção de energias menos poluentes.
John Kerry e outros responsáveis encararam a cimeira de Glasgow como "a última grande oportunidade" para dar impulso aos cortes nas emissões, investir na energia renovável e ajudar os países menos desenvolvidos a fazerem a transição do carvão e do petróleo a tempo de limitar o aquecimento global a 1,5 graus celsius acima dos valores da era pré-industrial.
O mundo já aqueceu quase 1,1 graus desde que as nações definiram aquele objetivo em Paris, em 2015.
Os cientistas alertaram que os danos são irreversíveis e que conduzem a consequências catastróficas se não houver cortes maiores nas emissões.
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