"Com toda a certeza chegaremos unidos em Glasgow para tratarmos de um assunto muito importante e caro para todos nós: a nossa querida, rica e desejada Amazónia", disse Bolsonaro, em declaração à imprensa ao lado do seu homólogo colombiano, com quem se reuniu hoje, em Brasília.
Também Duque abordou a preservação da Amazónia nas suas declarações, defendendo a necessidade de respeitar a soberania na região e de uma luta "eficaz" contra crimes ambientais.
"A Amazónia para nós é um território muito valioso e a cuidamos dentro da nossa soberania. É também muito importante que esta defesa traga consigo uma luta eficaz contra crimes ambientais", disse o colombiano.
Iván Duque assegurou que a Colômbia e o Brasil "compartilham a ideia de levar a Glasgow" "uma mensagem inequívoca" sobre a "proteção daquele território", e acrescentou que o seu país está determinado em "trabalhar pela transição energética" e alcançar a neutralidade de carbono, objetivos que Bolsonaro disse compartilhar, apesar de várias organizações criticarem a sua gestão ambiental.
No início do mês, o Governo brasileiro, fortemente criticado pelas suas políticas ambientais - consideradas insuficientes por especialistas -, garantiu que o Brasil será um "país amigo" na cimeira do clima COP26, que será realizada de 31 de outubro a 12 de novembro em Glasgow, e anunciou que apresentará um "robusto" programa de crescimento verde.
Nesse sentido, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, antecipou que levará à reunião um programa baseado em quatro eixos: incentivos económicos, transformações institucionais, políticas de priorização de projetos verdes e investigação e desenvolvimento.
Por outro lado, os compromissos que o Brasil assumirá serão os mesmos anunciados há meses: acabar com a desflorestação ilegal até 2030 e antecipar a meta de neutralidade de carbono de 2060 a 2050, além de duplicar o orçamento dos órgãos ambientais, segundo o ministro.
No entanto, desde a chegada de Bolsonaro ao poder, em janeiro de 2019, os dados sobre desflorestação e incêndios na Amazónia, maior floresta tropical do mundo e que é determinante no clima global, dispararam.
Na sua deslocação a Brasília, o chefe de Estado colombiano destacou ainda que as relações do seu país com o Brasil "estão no auge que historicamente alcançaram" e que existe uma "grande relação comercial" e um volume de investimentos mútuos que ambos os executivos pretendem fortalecer.
A cooperação na área de Defesa e Segurança na fronteira foi colocada como prioridade pelos líderes, no pronunciamento à imprensa.
O encontro contou ainda com a assinatura de memorandos de entendimento entre os dois países nas áreas de agricultura, investigação e desenvolvimento regional, que visam aprofundar a relação bilateral.
Segundo o Governo brasileiro, um dos acordos prevê cooperação técnica entre as polícias federais das duas nações e os serviços aéreos. Entendimentos de cooperação entre os Ministérios da Agricultura e agências de promoção de investimentos e exportações também foram firmados.
Leia Também: Clima: Economista antevê fracasso devido à falta de compromissos