Numa carta enviada à viúva, na qualidade de negociador principal para a delimitação das fronteiras marítimas de Timor-Leste, Xanana Gusmão sublinhou o facto das filmagens de Stahl do massacre de Santa Cruz terem "exposto a repressão e brutalidade da ocupação indonésia", bem como todo o trabalho de arquivo sobre a História do país efetuado posteriormente, considerando-o um legado para a nação timorense.
"Poucas pessoas conseguiram dar um contributo tão significativo para a nação", salientou, afirmando que o jornalista e documentalista era "amado pelos timorenses" e que o país "está de luto".
Max Stahl morreu num hospital de Brisbane, Austrália, vítima de uma doença prolongada.
O jornalista foi condecorado pelo Estado e o Parlamento Nacional atribuiu-lhe a nacionalidade timorense em 2019.
Christopher Wenner, que começou a ser conhecido como Max Stahl, iniciou a sua ligação a Timor-Leste a 30 de agosto de 1991 quando, "disfarçado de turista", entrou no território para filmar um documentário para uma televisão independente inglesa.
Entrevistou vários líderes da resistência e, depois de sair por causa do visto, acabou por regressar, entrando por terra, acabando, a 12 de novembro desse ano por filmar o massacre de Santa Cruz.
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