Rússia quer dados genéticos de migrantes das ex-repúblicas soviéticas
O presidente do Comité de Investigação (CI) da Rússia, Alexander Bastrikin, propôs hoje o registo obrigatório dos dados genéticos dos migrantes trabalhistas das antigas repúblicas soviéticas.
© Lusa
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De acordo com a legislação em vigor, o registo obrigatório dos dados genéticos aplica-se apenas às pessoas condenadas a penas de prisão por crimes graves e a todos os tipos de crimes de natureza sexual.
"É necessário submeter ao registo obrigatório os dados genéticos de todos os migrantes trabalhistas que chegam à Rússia de um ambiente próximo", um termo cunhado para designar as antigas repúblicas soviéticas, disse Bastrikin numa entrevista publicada hoje pela agência Interfax, citada pela agência espanhola Efe.
O Comité de Investigação é uma instituição judicial que depende diretamente do Presidente russo, Vladimir Putin.
Bastrikin indicou que as questões da imigração são reguladas por uma centena de normas, pelo que é necessário "codificar a legislação sobre migração".
Salientou que os serviços fronteiriços e as forças de segurança devem aumentar a sua coordenação para levar a cabo um controlo mais eficaz dos processos de migração.
"Estas medidas vão reforçar o controlo destes processos e permitir colocar uma barreira adicional aos elementos criminosos e facilitarão a polícia a esclarecer os crimes que cometem", acrescentou o presidente do Comité de Investigação.
A iniciativa de Bastrikin coincide com uma queda notável do número de migrantes que chegam ao país, um declínio causado pela pandemia de covid-19.
De acordo com um estudo realizado por especialistas da Academia Russa de Economia e Administração Pública (Ranepa), no primeiro trimestre do ano o número de migrantes no trabalho diminuiu 30%.
Se em 2019 o número de trabalhadores estrangeiros na Rússia oscilava, dependendo do mês, entre 9,6 e 11,2 milhões, no ano passado os valores foram entre 7,1 e 10,3 milhões.
No final do passado mês de março, o Ministério da Construção russo indicou que havia um défice de 1,2 milhões de trabalhadores nas obras.
O vice-primeiro-ministro russo, Marat Jusnulin, alertou que a Rússia precisará de pelo menos cinco milhões de trabalhadores para o sector da construção até 2024.
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