"Queremos as melhores relações com a Arábia Saudita, mas os problemas entre países irmãos ou amigos só podem ser resolvidos pelo diálogo e contactos, e não pela imposição" de pontos de vista, disse Abdullah Bou Habib à Agência France-Presse (AFP).
Na sexta-feira, a Arábia Saudita ordenou ao embaixador libanês que abandonasse o território em 48 horas, e interrompeu todas as importações ao Líbano, além de convidar o seu representante em Beirute para regressar, informou a imprensa oficial.
A decisão ocorreu alguns dias após um vídeo que circulou nas redes sociais mostrar o ministro da Informação libanês, George Kordahi, a descrever a guerra no Iémen como uma agressão da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos.
Kordahi proferiu a afirmação num programa de televisão antes de ser escolhido para o cargo, em setembro.
"O Líbano pede que a Arábia Saudita se empenhe no diálogo, para resolver todas as questões pendentes e não apenas o último incidente, por forma a que a crise não se repita," disse Bou Habib.
No domingo a Arábia Saudita considerou "inútil" dialogar com o Líbano, sustentando que o país é "dominado pelo Hezbollah", grupo paramilitar, apoiado pelo Irão, que a Arábia Saudita inclui na sua lista de organizações terroristas.
Bou Habib, nomeado para o governo pelo presidente Michel Aoun, aliado do Hezbollah, negou a acusão do ministro saudita, afimando que "o Hezbollah é um componente importante no Líbano, mas não tem hegemonia e não monopoliza a cena política".
O ministro da Informação libanês, George Kordahi, recusou renunciar ao cargo.
O Governo libanês formou uma célula de crise para resolver o problema e garantiu que não é o momento para qualquer membro do executivo renunciar devido à grave crise no Líbano.
Depois da Arábia Saudita, o Bahrein tomou uma posição similar e deu ao embaixador do Líbano 48 horas para deixar o país devido a uma série de "comentários ofensivos e inaceitáveis" proferidos por Kordahi, e o Kuwait avançou, no sábado, no mesmo sentido.
A Liga Árabe expressou também "profunda preocupação" pela deterioração das relações entre o Líbano e o Golfo.
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