Novas sanções? "E se cortarmos o gás natural?", responde Lukashenko
O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, garantiu hoje que irá responder a novas sanções europeias relacionadas com a crise migratória na sua fronteira com a Polónia, cuja responsabilidade é atribuída por Bruxelas a Minsk.
© Reuters
Mundo Alexander Lukashenko
"Se nos impuserem novas sanções (...), teremos de responder", afirmou Lukashenko, citado pela agência noticiosa pública Belta.
Numa altura em que a Europa enfrenta uma grave crise energética, Lukashenko admitiu a possibilidade de suspender o funcionamento do gasoduto Yamal-Europa, que atravessa a Bielorrússia para fornecer gás russo a vários países europeus, em particular à Alemanha e à Polónia.
"Estamos a aquecer a Europa e eles estão a ameaçar fechar a fronteira. E se cortarmos o gás natural que vai para lá? Aconselho os líderes polacos, lituanos e outros sem cérebro a pensar antes de falar", ameaçou o Presidente bielorrusso.
O gasoduto Yamal-Europa permite que a gigante russa Gazprom distribua grandes quantidades de gás da península de Yamal, no Ártico, à Polónia e à Alemanha. Minsk recebe 'taxas de trânsito' pela passagem do tubo pelo seu território.
Desde segunda-feira, a tentativa de várias centenas de migrantes, provindos do Médio Oriente e África, de atravessar a fronteira da Bielorrússia para entrarem na Polónia (e, consequentemente, na União Europeia) desencadearam uma grave crise entre Minsk e Bruxelas.
Os europeus acusam a Bielorrússia de atrair esses migrantes com vistos e de lhes facilitar a chegada à fronteira com países da União Europeia em retaliação pelas sanções impostas por Bruxelas devido à repressão das vozes críticas bielorrussas.
Na quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a UE vai impor novas sanções a pessoas e empresas da Bielorrússia a partir da próxima semana, devido à situação na fronteira com a Polónia.
Von der Leyen, que esteve reunida com o Presidente norte-americano, Joe Biden, indicou também que "os Estados Unidos terão sanções [contra a Bielorrússia] em vigor em princípios de dezembro" pela mesma razão.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, admitiu, entretanto, que a instituição irá discutir, "nos próximos dias", a possibilidade de "financiar uma infraestrutura física", para "proteger melhor a fronteira da União Europeia".
O Governo polaco iniciou recentemente a construção de um muro com sistema de vigilância ao longo dos 420 quilómetros da sua fronteira com a Bielorrússia, cujo custo disse chegar aos 350 milhões de euros e para o qual pediu ajuda a Bruxelas.
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