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PCC refere-se a Xi Jinping como "timoneiro" do "rejuvenescimento"

Um quadro do Partido Comunista Chinês referiu-se hoje ao secretário-geral, Xi Jinping, como o "timoneiro" do "navio do rejuvenescimento da nação chinesa", ilustrando a elevação do seu estatuto, após uma resolução histórica aprovada pelos líderes do país.

PCC refere-se a Xi Jinping como "timoneiro" do "rejuvenescimento"
Notícias ao Minuto

14:12 - 12/11/21 por Lusa

Mundo Partido Comunista Chinês

"Ao apoiar e defender firmemente a posição central do secretário-geral Xi, o partido terá uma âncora, o povo chinês uma espinha dorsal e o navio gigante do rejuvenescimento da China um timoneiro firme", disse Jiang Jinquan, diretor do Gabinete de Investigação do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), numa conferência de imprensa realizada após a aprovação de uma "resolução histórica" que reforçou a liderança de Xi Jinping.

"Não importa quantas ondas agitadas nos esperam, seremos sempre capazes de manter a calma e a compostura", proclamou.

O título de "timoneiro" estava tradicionalmente reservado a Mao Zedong (ou Mao Tsé-Tung), o fundador da República Popular da China.

Mas, esta semana, na sexta sessão plenária do Comité Central, Xi consolidou o seu poder mais do que nunca, com uma "resolução histórica" que estipula a sua visão do passado e futuro do Partido Comunista.

Isto lançou as bases para que Xi Jinping assuma um terceiro mandato de cinco anos como secretário-geral do PCC, no congresso que se realiza no próximo ano, elevando-se ao estatuto de Mao e de Deng Xiaoping, que abriu o país à iniciativa privada no início dos anos 1980.

A resolução, formalmente adotada pelo Comité Central do partido, declarou que a liderança de Xi é a "chave para o grande rejuvenescimento da nação chinesa", segundo o texto publicado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

Ao declarar que o "grande rejuvenescimento da nação chinesa entrou num processo histórico irreversível" sob a sua liderança, Xi Jinping eclipsou efetivamente os seus antecessores Hu Jintao e Jiang Zemin.

O Comité Central credenciou Xi Jinping pela "resolução de muitos problemas que [o Partido] deixou de resolver por muito tempo, apesar da intenção de fazê-lo", de acordo com o documento.

Jiang Jinquan explicou que o "pensamento de Xi sobre o socialismo com características chinesas para a nova era" vai guiar o partido na "direção certa", apesar da "complexidade da situação", face a "mudanças no mundo sem precedentes no espaço de um século".

Hu Jintao e Jiang Zemin tiveram transições de poder pacíficas e ordeiras.

Espera-se que Xi, no entanto, renuncie a essa tradição e assegure um terceiro mandato de cinco anos como secretário-geral do PCC no final do próximo ano.

De acordo com a resolução, os objetivos para a liderança de Xi Jinping centram-se em torno de "dois centenários", nomeadamente a construção de uma "sociedade moderadamente próspera", que consistiu na eliminação da pobreza extrema até ao centenário do Partido Comunista, que se celebrou este ano, e, a seguir, a construção de um "país socialista moderno, próspero, forte, democrático, culturalmente avançado e harmonioso", por altura do centenário da fundação da República Popular da China, em 2049.

Embora já tenha sido nomeado o "líder central", Xi ganha ainda mais prestígio com a inclusão destes termos na resolução emitida na quinta-feira pelo Comité Central do PCC sobre questões históricas relativas aos últimos 100 anos.

Este foi apenas o terceiro documento do género. O primeiro foi em 1945, sob o comando de Mao Zedong e, o segundo, em 1981, sob a liderança de Deng.

Exercer tal autoridade aos olhos dos historiadores e teóricos do partido certamente faz de Xi uma das figuras chinesas mais dominantes do século, segundo analistas.

Xi enfrenta, porém, uma situação económica difícil, enquanto a atual abordagem de "tolerância zero" da China em relação à covid-19 ainda não erradicou o surto, ao mesmo tempo que afeta a vida pessoal e financeira de parte da população.

A economia da China está também fortemente dependente das vendas de imóveis e construção, com o abrandamento do setor a causar nervosismo.

Os mercados financeiros estão preocupados com a possibilidade de uma das maiores construtoras, a Evergrande Group, entrar em colapso, devido à falta de liquidez e um passivo de pelo menos 260 mil milhões de euros.

A estratégia económica de Xi tem sido, por vezes, contraditória e o PCC assume agora a promessa de tornar a economia mais aberta e competitiva.

Ao mesmo tempo, está a reforçar o peso dos gigantes estatais na economia doméstica, bem como está a cimentar o controlo sobre os gigantes da tecnologia do setor privado, que são as maiores histórias de sucesso da China nas últimas três décadas.

No exterior, Xi adotou uma política mais assertiva.

As relações com os Estados Unidos da América atravessam um período tenso, face a disputas no âmbito do comércio, tecnologia ou com o estatuto de Taiwan (ilha que Pequim reivindica como território).

"Sob a forte liderança do Comité Central, com o camarada Xi Jinping no núcleo, reuniremos todo o partido como um pedaço de ferro inquebrável e marcharemos em sincronia", vaticinou hoje Qu Qingshan, diretor do Instituto de História e Literatura do Partido.

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