No ano passado, o movimento #EndSARS, contra a violência policial, batizado em homenagem a uma unidade especial da polícia acusada por anos de extorsão, tortura e assassínios, abalou as principais cidades do sul do país, o mais populoso de África.
A agitação terminou quando a polícia abriu fogo em 20 de outubro de 2020 em Lekki, ponto de encontro icónico para manifestantes, causando a morte de pelo menos 10 pessoas, que estavam desarmadas, de acordo com a organização Amnistia Internacional, e provocando indignação internacional.
No seguimento dos acontecimentos, o governador do estado de Lagos, Babajide Sanwo-Olu, decretou que uma comissão judicial independente investigasse o massacre.
O gabinete do governador não divulgou hoje o conteúdo do relatório, mas a juíza Doris Okuwobi, que chefiou a comissão, disse que 186 das 252 petições apresentadas ao painel foram consideradas.
Antes da comissão iniciar as investigações, o exército alegou inicialmente ter usado apenas balas de borracha para dispersar uma multidão que violou o recolher obrigatório, mas admitiu posteriormente que os militares também tinham munições verdadeiras.
Sanwo-Olu prometeu uma "resposta apropriada" às recomendações feitas pela comissão, acrescentando que um "livro branco" seria publicado nas próximas duas semanas.
Segundo o governador, o relatório "ajudará a iniciar o processo muito difícil de reconciliação, restituição e unindo de todos aqueles que foram afetados de uma forma ou de outra".
Em outubro, cerca de um ano depois do massacre, jovens nigerianos homenagearam as vítimas da sangrenta repressão em Lagos e Abuja, a capital federal, antes de serem dispersados pela polícia.
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