O presidente do município de Roterdão, Ahmed Aboutaleb, disse hoje que em "várias ocasiões a polícia sentiu que era necessário usar as suas armas para se defender", enquanto manifestantes provocavam incêndios e atiravam pedras, no que designou de uma "orgia de violência".
"Eles [os polícias] atiraram sobre manifestantes, pessoas ficaram feridas", afirmou Aboutaleb, não especificando os ferimentos, sendo que as forças de segurança também dispararam tiros de advertência.
Segundo Ahmed Aboutaleb, vários polícias ficaram igualmente feridos e foram detidas dezenas de pessoas, sendo expectável que mais venham a sê-lo, depois de serem analisadas imagens das câmaras de segurança.
Fotografias do local mostram pelo menos um carro da polícia em chamas.
A ordem foi restaurada com a intervenção da polícia de choque e um canhão de água.
Este foi um dos mais graves casos de violência nos Países Baixos desde que as restrições para combater o novo coronavírus foram impostas pela primeira vez no país, no ano passado.
Em janeiro último, manifestantes também atacaram a polícia e desencadearam incêndios nas ruas de Roterdão, quando o recolher obrigatório foi imposto.
O ministro da Justiça, Ferd Grapperhaus, condenou a situação, referindo que "os distúrbios e a violência extrema contra polícias e bombeiros na noite passada em Roterdão são nojentos de ver".
"Protestar é um grande direito na nossa sociedade, mas o que vimos na noite passada é simplesmente um comportamento criminoso", observou o governante.
Unidades de polícia de todo o país tiveram de acorrer à cidade portuária, para controlar os tumultos, tendo meios de comunicação local anunciado que 'hooligans' estiveram envolvidos.
Uma investigação independente foi aberta.
Na rede social Facebook, a organização "United We Stand Europe" afirma que "ontem [sexta-feira] à noite, o inferno começou em Roterdão", referindo-se ao caos desencadeado no centro da cidade, e anunciou que foi cancelada a manifestação prevista para hoje em Amesterdão.
Os manifestantes protestavam contra as restrições e o plano do Governo dos Países Baixos de restringir o acesso de pessoas não vacinadas a determinados locais.
Este país europeu tem registado um número recorde de infeções nos últimos dias, determinando um confinamento parcial há uma semana.
Leia Também: Gorilas e leões infetados e com sintomas em zoológico nos Países Baixos