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Contra a violência de género. Conheça a história por detrás deste dia

Assinala-se hoje o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Mas porquê hoje, dia 25 de novembro? As irmãs Mirabal são os rostos que levaram a que a ONU marcar este dia no calendário.

Contra a violência de género. Conheça a história por detrás deste dia
Notícias ao Minuto

15:59 - 25/11/21 por Notícias ao Minuto

Mundo Violência contra as Mulheres

Minerva, Patria e María Teresa Mirabal. São estes os nomes das três irmãs que se opuseram à ditadura de Rafael Trujillo (El Jefe) na República Dominicana e se envolveram em atividades clandestinas contra seu regime. Uma luta que lhes custou a vida, mas que hoje é lembrada todos os anos com o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres.

As três irmãs foram assassinadas no dia 25 de novembro de 1960 por ordem do ditador Rafael Leónidas Trujillo, a quem se opunham. A morte das Mirabal tornou-as símbolos da resistência popular e do feminismo e em 1999 a ONU designou este dia que hoje se assinala em sua honra. 

As irmãs eram conhecidas como as "borboletas", segundo conta o jornal espanhol El País, numa entrevista feita a Minou, filha de uma das irmãs, a Minerva. 

As "borboletas" e a luta contra o regime

As irmãs Mirabal nasceram no seio de uma família rica de comerciantes. Todas, as três e ainda uma quarta que morreu de causas naturais em 2014, tinham formação universitária, eram casadas e com filhos e nunca baixaram os braços na luta contra a violência de género. “Se me matarem, vou tirar os braços da sepultura e serei mais forte”, terá dito numa ocasião Minerva, segundo a filha.

“Se me matarem, vou tirar os braços da sepultura e serei mais forte”

Minerva era uma das mais ativas das três "borboletas" e sabia estar em risco, mas nem por isso deixava de lutar pelos seus ideais. Liderava, juntamente com as irmãs, o Movimento Patriótico de 14 de junho que se opunha ao regime do ditador Trujillo.

O movimento era uma homenagem a opositores do governo que foram torturados e mortos a 14 de junho de 1959 e um ultraje a Trujillo. Minerva e María Teresa, assim como os maridos, foram presas por terem criado o movimento secreto. Patria não o foi mas viu o marido e filho serem detidos.

O homicídio encenado

Em 1960, a Organização dos Estados Americanos condenou as ações do ditador e Minerva e María Teresa acabaram libertadas, mas os maridos permaneceram na prisão. Apesar de torturadas, violadas e espancadas pelos homens de Trujillo, as irmãs não recuavam e em 25 de novembro de 1960, os corpos foram encontrados dentro de um jipe ​​afundado, em Salcedo, no nordeste da República Dominicana.

Horas antes, as três mulheres tinham sido assassinadas por um esquadrão enviado pelo ditador. Foram espancadas até à morte e os seus assassinos tentaram simular um acidente, porém, nunca restou dúvidas de que se tinha tratado de um homicídio.

A morte das "borboletas" acabaria por levar à queda de Trujillo e atualmente são símbolo da luta pela eliminação da violência contra as mulheres. 

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