"A OMS está ao lado dos países africanos e pede para que as fronteiras continuem abertas", refere a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) em comunicado, apelando aos países para que adotem "uma abordagem científica" baseada na "avaliação dos riscos".
Segundo a OMS, "é crucial que os países que são transparentes com os seus dados sejam apoiados", uma vez que "é o único meio" de assegurar que "dados importantes" são recebidos "em tempo oportuno".
A OMS classificou na sexta-feira a nova variante do coronavírus que causa a covid-19 como uma variante "de preocupação" e batizou-a como Ómicron, nome de uma letra do alfabeto grego.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças considera que a Ómicron suscita "sérias preocupações de que possa reduzir significativamente a eficácia das vacinas e aumentar o risco de reinfeções".
A nova estirpe, inicialmente detetada na África do Sul, já foi identificada em vários países e, de acordo com a OMS, parece representar um risco acrescido de reinfeção quando comparada com outras variantes de preocupação em circulação, como a Delta, dominante no mundo e a mais contagiosa até à data.
Desconhece-se ainda, contudo, em rigor, os efeitos da Ómicron na transmissibilidade da infeção, severidade da doença e imunidade.
Portugal, que está a investigar possíveis casos da nova estirpe, suspende a partir de segunda-feira os voos de e para Moçambique.
Desde sábado todos os passageiros provenientes de voos de Moçambique, África do Sul, Botsuana, Essuatíni (antiga Suazilândia), Lesoto, Namíbia e Zimbabué ficam obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias após a entrada em Portugal continental.
Os Estados-membros da União Europeia decidiram na sexta-feira suspender temporariamente voos de sete países da África Austral, incluindo Moçambique, para travar a propagação da Ómicron.
A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, os Estados Unidos e o Reino Unido (onde a variante já foi confirmada) também fecharam as suas fronteiras aos naturais de países desta região de África.
Angola foi o primeiro país africano a suspender voos de e para a África do Sul.
Israel, onde a variante também já foi detetada, fechou as fronteiras aos estrangeiros, tal como Marrocos.
Leia Também: OMS quer melhor distribuição de vacinas para evitar mutações perigosas