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Israel pede a potências mundiais que adotem linha dura para o Irão

O primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, pediu hoje que as potências mundiais adotem uma linha dura para com o Irão nas negociações para reativar o acordo nuclear internacional, enquanto os seus principais responsáveis pela Defesa e Segurança viajam para Washington.

Israel pede a potências mundiais que adotem linha dura para o Irão
Notícias ao Minuto

12:11 - 05/12/21 por Lusa

Mundo Acordo nuclear

Israel tem admitido ver com preocupação as potências mundiais sentarem-se com o Irão, em Viena, na tentativa de recuperar o acordo assinado em 2015 para limitar o programa nuclear do Irão em troca da suspensão de sanções internacionais.

O Irão adotou, na semana passada, uma linha mais dura nas negociações em Viena, sugerindo que tudo o que foi discutido nas rondas diplomáticas anteriores pode ter de ser renegociado.

Os contínuos avanços do programa atómico do Irão aumentaram ainda mais a necessidade de negociações, cruciais para esfriar anos de tensões no Médio Oriente como um todo.

O acordo original, liderado pelo então Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, permitiu ao Irão sentir um alívio das sanções que paralisavam a economia do país em troca de restrições às suas atividades nucleares.

Mas Donald Trump, enquanto ocupou a Casa Branca e por influência de Israel, decidiu, em 2018, retirar os Estados Unidos do acordo em 2018, causando a sua queda.

As negociações foram retomadas na semana passada, em Viena, depois de um hiato de mais de cinco meses, e foram as primeiras em que participou o novo Governo de linha mais dura do Irão.

Os negociadores europeus e norte-americanos expressaram deceção com as posições do Irão e admitiram ter dúvidas sobre o sucesso das negociações agora que o parceiro iraniano é um Governo com uma abordagem muito mais rígida.

Israel opõe-se há muito tempo ao acordo nuclear de 2015 com o Irão, conhecido como JCPOA, alegando que não foi longe o suficiente para interromper o programa nuclear do país e não aborda o que vê como atividade militar iraniana hostil na região.

"Apelo a todos os países que estão a negociar com o Irão em Viena para que adotem uma posição firme e deixem claro que o Irão não pode enriquecer urânio e negociar ao mesmo tempo", afirmou Naftali Bennett numa reunião do seu Governo.

"O Irão deve começar a pagar um preço pelas suas violações", defendeu.

Ali Bagheri Kani, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, que lidera as negociações em Viena, sugeriu, no fim de semana, que o Irão está a planear apresentar uma terceira lista de exigências aos seus homólogos para concordar em continuar as conversações.

Esta lista deverá incluir indemnizações a acrescentar às duas páginas de reivindicações apresentadas na semana passada.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, disse que a os EUA estão dispostos a entrar novamente no acordo, embora o país não tenha sido um participante direto da última ronda de negociações. Em vez disso, os negociadores dos EUA ficaram num local próximo e foram sendo informados pelos outros participantes -- as três potências europeias (Alemanha, Reino Unido e França), a China e a Rússia.

Embora Israel não seja parte das negociações, fez questão de manter as linhas de comunicação com os seus aliados norte-americanos e europeus durante as negociações, que devem ser retomadas esta semana.

Leia Também: Irão realiza teste de míssil nas proximidades de instalações nucleares

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