De partida para uma reunião de líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), na Nigéria, Sissoco Embaló comentou as informações dadas pelo primeiro-ministro, Nuno Nabiam, ao parlamento, na sexta-feira, entre as quais o caso do avião Airbus A340.
Nuno Nabiam disse aos deputados que os peritos norte-americanos que inspecionaram o aparelho não encontraram lá dentro nem drogas e nem armamento, mas sim fardamento militar, no que considera ter sido um alívio para si e para o país.
Um perito acabou detido pela polícia guineense, durante algumas horas, e ouvido no Ministério Público, referiu ainda o primeiro-ministro, que informou também os deputados que este só foi posto em liberdade quando um Juiz de Instrução Criminal considerou não ter havido motivos para a sua detenção.
"O Estado da Guiné-Bissau não sabe da vinda de nenhum especialista", referiu hoje o presidente guineense, explicando que apenas cabe ao Ministério Público solicitar qualquer peritagem no país.
Umaro Sissoco Embaló disse que as Nações Unidas, a União Africana e Portugal, que alegadamente teriam sido solicitados pelo primeiro-ministro a enviarem especialistas de peritagem de aviões, responderam negativamente.
"Nenhum país mandou cá peritos e nós não pedimos qualquer peritagem. Estão aqui os ministros do Interior e da Defesa e quem é o responsável pela segurança nacional é o Presidente da República", sublinhou Embaló.
O Presidente guineense acrescentou ainda que mesmo que fosse o Ministério Público a solicitar uma peritagem internacional os especialistas teriam que apresentar-se com uma credencial junto da Polícia Judiciária, o que, disse, não foi o caso.
"Mas, a própria pessoa que pediu peritagem já vos disse que não há nada de anormal no avião. É um avião que entrou de forma legal na Guiné-Bissau cumprindo com todos os procedimentos", observou Umaro Sissoco Embaló, sem se referir diretamente o primeiro-ministro ou o nome Nuno Nabiam.
O Presidente guineense voltou a exortar sobre a necessidade de "cada um compreender as suas funções" e que é um "homem de Estado para tratar assuntos do Estado no foro próprio".
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