Presidente do Gana destaca necessidade de uma nova parceria UE-África
O Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, apelou hoje em Estrasburgo, França, a uma relação comercial mais equilibrada entre Europa e África, que capacitaria os países africanos a construir as suas economias e a não depender da ajuda ao desenvolvimento.
© Lusa
Mundo Desenvolvimento
Akufo-Addo, que intervinha numa sessão solene no Parlamento Europeu, disse esperar que a União Europeia (UE) e a União Africana possam trabalhar numa estratégia conjunta e definir uma nova parceria.
Os países africanos não devem receber apenas ajuda da Europa: devem sentar-se, lado a lado, à mesa da tomada de decisões, como iguais, defendeu.
O líder do Gana enfatizou que investir na África e ajudá-la a desenvolver a sua economia traria grandes oportunidades de exportação para as empresas europeias.
"Precisamos de confiar em nós próprios e deixar cair a imagem de mendigos que vivem da caridade, ajuda e esmolas, e fazer um uso melhor e mais inteligente dos nossos abundantes recursos nacionais para sair da pobreza em direção à prosperidade", salientou.
Relativamente às migrações, disse que em vez de investir dinheiro para evitar que os migrantes se desloquem de África para a Europa, esse dinheiro seria mais bem gasto no apoio às economias africanas e no incentivo às pessoas para permanecerem nas suas casas, oferecendo-lhes oportunidades económicas.
Falando sobre a pandemia de covid-19, observou que a África foi envolvida em "viciosas políticas de vacinas".
Ressalvando que África está grata pelas doações de vacinas através de sistemas como o Covax, Nana Akufo-Addo apontou o que designou como "pouco honorável política do nacionalismo de vacinas" que pode restringir o acesso e potencialmente atrapalhar os esforços para conter a pandemia.
"Nós, à semelhança da Organização Mundial da Saúde, receamos que o fenómeno de acumulação de vacinas se agrave ainda mais, à medida que os países começarem a administrar reforços", argumentou.
O Presidente do Gana precisou que a taxa de vacinação na África é de 10% e que os países africanos ainda não conseguiram obter vacinas em "número suficiente".
As nações mais ricas, incluindo Estados-membros da UE, os Estados Unidos da América e a Grã-Bretanha, intensificaram as campanhas de vacinação para fornecer doses de reforço após a descoberta da variante Ómicron.
Segundo os especialistas, uma terceira dose da vacina oferece mais proteção contra a nova variante.
O dirigente africano criticou ainda "a decisão de países, incluindo os da União Europeia, de isolar os países africanos para lhes impor proibições de viagens relativamente a uma variante descoberta em mais de 40 países".
Vários países, assim como a UE, impuseram proibições de viagens a países, principalmente na África do Sul, após a deteção da Ómicron.
"O mundo deveria agradecer aos cientistas sul-africanos cujo conhecimento e experiência em sequenciamento genómico lhes permitiu identificar a nova variante", disse Akufo-Addo.
"Os aplausos, e não a condenação dos povos africanos, deveriam ter sido sua recompensa", lamentou.
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