A pobreza afetou 13,4 milhões de pessoas em 2020 na Alemanha, segundo a Associação Geral Paritária, que refere que não houve aumento proporcional ao impacto económico da pandemia, mas demonstra que os trabalhadores independentes foram os que mais sofreram o golpe.
Assim, enquanto em 2019 apenas 9% dos trabalhadores independentes estavam abaixo da linha da pobreza, em 2020 a taxa aumentou para 13%.
O relatório baseia-se nos dados de um censo efetuado pela Agência Federal de Estatística (Destatis) e destaca que nunca se tinham registado taxas de pobreza semelhantes, o que constitui "um triste recorde" sobre os 15,9% de exclusão social registados em 2019.
A taxa está a crescer lentamente, mas continuamente desde 2006, quando alcançou os 14%.
"As consequências gerais da pandemia tiveram um impacto desigual sobre os pobres", disse o diretor da Associação Geral Paritária, Ulrich Schneider, que apresentou os dados numa conferência de imprensa em Berlim.
Embora o relatório tenha referido que as medidas do Governo evitaram que o efeito económico da pandemia fosse ainda maior para as famílias, Schneider criticou o Executivo por não ter feito o suficiente para apoiar aqueles que já viviam na pobreza antes da pandemia.
Além disso, exortou o novo Governo tripartido -- entre social-democratas, verdes e liberais - a agir rapidamente e a implementar um aumento da assistência social.
Com o que se paga atualmente "é impossível fazer face às despesas", denunciou Schneider.
Se não for travada, a pandemia vai ampliar ainda mais o fosso entre ricos e pobres, afirmou, dando como exemplo as dificuldades de acesso à educação à distância, que já levaram adolescentes a abandonarem os estudos.
O relatório hoje apresentado destaca também as diferenças geográficas, uma vez que enquanto na Baviera e em Baden-Württemberg, no sul da Alemanha, a pobreza atinge apenas 12,2% da população, no resto dos Estados a média é de 17,7%.
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