"É triste que devido ao seu desespero e à ausência de rotas seguras, migrantes e refugiados sejam forçados a colocar as suas vidas nas mãos de traficantes sem escrúpulos", afirmou a representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na Grécia, Maria Clara Martín, num comunicado.
Na mesma nota, a agência da ONU, com sede em Genebra, lamentou os dois naufrágios ocorridos no mar Egeu, na rota do Mediterrâneo Oriental (da Turquia para a Grécia), nos dias 21 e 24 de dezembro, que ficaram marcados pelo resgate de 160 pessoas pela guarda costeira grega, mas também pela morte de 31 migrantes e por um número indeterminado de desaparecidos.
O ACNUR recordou ainda que nos primeiros 11 meses deste ano mais de 2.500 pessoas morreram ou desapareceram no Mediterrâneo enquanto tentavam alcançar as costas europeias.
Numa outra rota do Mediterrâneo, a Central (que sai da Líbia, Argélia e da Tunísia em direção a Itália e a Malta), as agências noticiosas internacionais relataram hoje que quatro migrantes, incluindo uma mulher grávida e um homem com problemas de saúde, foram retirados nas últimas horas do navio de resgate humanitário 'Sea-Watch 3', que aguarda há vários dias em alto mar por um porto seguro para desembarcar as 440 pessoas que tem a bordo.
Estes quatro migrantes foram reencaminhados para o território italiano, à semelhança de outras duas migrantes que tinham sido retiradas da embarcação da organização não-governamental (ONG) alemã Sea Watch na segunda-feira.
Neste momento, ao largo das costas italianas, mais de mil migrantes aguardam há vários dias a bordo de dois navios humanitários pela atribuição de um porto seguro para desembarque.
A par dos migrantes resgatados pelo 'Sea-Watch 3', outras 558 pessoas estão a bordo do navio da ONG Médicos sem Fronteiras, o 'Geo Barents', ao largo da costa da Catânia (sul de Itália), onde passaram o Natal.
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