Boris Johnson pede "cautela" nas celebrações de Ano Novo
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, exortou hoje os britânicos a celebrar o Ano Novo de "forma cautelosa e sensata", defendendo a decisão governamental de não introduzir novas medidas de contenção apesar do aumento de infeções causado pela variante Ómicron.
© Geoff Pugh - WPA Pool/Getty Images
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"Penso que as pessoas devem celebrar o Ano Novo, mas de uma forma cautelosa e sensata: façam um teste, ventilação, pensem nos outros e, acima de tudo, obtenham o reforço [de vacinação]", disse o governante em declarações aos jornalistas, durante uma visita a um centro de vacinação.
País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte introduziram nos últimos dias regras mais rígidas que limitam a sociabilização na sequência do aumento dos casos de covid-19 resultantes da elevada transmissibilidade da variante Ómicron, mas em Inglaterra o executivo decidiu que não iria impor mais restrições este ano.
Na Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, as discotecas foram obrigadas a encerrar e apenas é permitido o serviço de mesa nos bares e restaurantes.
Foi também reintroduzido o distanciamento social em vários locais, incluindo ginásios, cinemas e teatros, bem como a limitação do número de pessoas que podem permanecer no mesmo espaço físico.
Boris Johnson disse que o Governo britânico, que decide sobre as regras em Inglaterra, está a fazer um "equilíbrio dos riscos".
"Vemos os dados a mostrar que, sim, os casos estão a aumentar e, sim, as hospitalizações estão a aumentar, mas o que está a fazer uma grande diferença é o nível de resistência dada pelo reforço ou o nível de resistência induzida pela vacina na população", afirmou.
Segundo o primeiro-ministro britânico, a "esmagadora maioria" das pessoas internadas não receberam ainda a terceira dose das vacinas contra a covid-19.
"Conversei com médicos que dizem que até 90% das pessoas nos cuidados intensivos não tiveram o reforço. Se não forem vacinadas, têm oito vezes mais probabilidades de ir parar ao hospital", vincou.
Na última atualização dos dados, na terça-feira, o Reino Unido (em concreto Inglaterra e País de Gales) registou 129.471 casos diários adicionais de covid-19, um novo recorde desde o início da pandemia.
Estes números não incluíram a Irlanda do Norte e a Escócia devido à interrupção do processamento dos dados devido aos feriados de Natal, transferidos para o início desta semana.
O Reino Unido é um dos países dos mais afetados na Europa pela pandemia, totalizando 148.021 mortes.
Boris Johnson tem estado sob pressão do Partido Conservador para não introduzir restrições adicionais em Inglaterra, apesar dos avisos dos especialistas para o risco de um crescente número de infeções se refletir em hospitalizações e numa pressão dos serviços de emergência.
Em dezembro, cerca de 100 deputados do Partido Conservador revoltaram-se contra a introdução do passe sanitário e questionaram a necessidade de medidas que afetam a economia, em especial os setores da restauração e lazer.
Na semana passada foi publicado um estudo da Agência de Segurança de Saúde britânica que indicava que as pessoas infetadas com a variante Ómicron têm menos probabilidade de serem hospitalizadas, embora continue a ser perigosa devido ao impacto da elevada transmissibilidade.
A covid-19 provocou mais de 5,40 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.
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