Benim anuncia reforço de dispositivo militar contra incursões jihadistas
O Benin vai reforçar o seu sistema militar para tentar pôr fim às incursões de 'jihadistas' a partir dos vizinhos Níger e Burkina Faso, anunciou hoje o Presidente Patrice Talon.
© Getty Images
Mundo Patrice Talon
"Desde há pelo menos dois anos, implantámos um importante dispositivo preventivo nas nossas cidades fronteiriças onde a ameaça terrorista, devido aos desenvolvimentos registados nos países vizinhos, é forte", disse o Presidente, na mensagem sobre o estado da nação perante a Assembleia Nacional.
Patrice Talon justificou as medidas preventivas com a necessidade de "prevenir ou evitar ao máximo as incursões" no país, "porque é preciso dizer que a situação na sub-região é preocupante".
"No entanto, apesar das nossas precauções, fomos postos à prova várias vezes nos últimos tempos", acrescentou.
Em 02 de dezembro, dois militares foram mortos por 'jihadistas' perto de Porga, na região de Atacora, na fronteira com o Burkina Faso.
No dia anterior, 'jihadistas' atacaram militares na região vizinha de Alibori.
"O Governo já está a adotar medidas fortes e continuará a fazer os investimentos necessários para que o nosso sistema se reforce em termos de recursos humanos, logísticos e tecnológicos, para que este tipo de incursões no nosso território não continue", vincou Patrice Talon.
Os dois ataques 'jihadistas', classificados hoje no discurso de Talon como "ignóbeis", são os primeiros oficialmente reconhecidos pelas autoridades beninenses.
Em fevereiro de 2020, homens armados atacaram uma esquadra da polícia numa cidade perto da fronteira com o Burkina Faso, de que resultou um morto, tendo as autoridades do Benim alegado que se tratou de um ataque de "caçadores furtivos".
Um ano antes, dois turistas franceses foram sequestrados por desconhecidos no parque Pendjari, antes de serem "vendidos" a grupos 'jihadistas' no vizinho Burkina Faso, tendo o guia sido assassinado.
De acordo com um relatório do grupo de reflexão 'think tank' holandês Clingendael, os grupos extremistas "não estão permanentemente presentes no norte do Benim", mas "alguns cruzam regularmente as três regiões" de Alibori, Borgou e Atacora, que fazem fronteira com o Níger, o Burkina Faso e a Nigéria.
Os três países são há anos palco de violência 'jihadista' e comunitária que provocou milhares de mortos e deslocados.
Os países do Golfo da Guiné, do Senegal ao Benim, passando pelo Togo e a Costa do Marfim, estão preocupados com o alastramento da violência do Sahel aos seus territórios.
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