Estes são dois dos pontos do plano de retoma da companhia aérea, apresentado pela administração aos acionistas em assembleia-geral extraordinária realizada na quarta-feira, que segundo a presidente do conselho de administração, Sara Pires, prevê uma retoma "muito tímida" nos voos Praia -- Lisboa, que acontece na segunda-feira.
Em fevereiro, avançou a mesma fonte, a companhia prevê retomar as ligações nas rotas Lisboa -- Mindelo (em São Vicente) e Lisboa -- Sal, prevendo voar entre Praia e Boston (Estados Unidos) no segundo trimestre do próximo ano.
Ainda durante o ano de 2022, Sara Pires avançou que a transportadora de bandeira cabo-verdiana pretende retomar ligações a Paris e ao marcado brasileiro.
A companhia retomou as operações com um avião, com duas ligações semanais Praia -- Lisboa, mas segundo a presidente deverá introduzir um novo aparelho no segundo trimestre do próximo ano e até final de 2023 ter três aviões a voar com as suas cores.
Todo este plano de retoma, alertou, está condicionado pela situação da pandemia da covid-19 neste momento, com o recrudescer de casos novos não só em Cabo Verde, mas um pouco por todo o mundo.
"É uma preocupação de todas as companhias aéreas, mesmo sem o fecho das fronteiras. A pandemia tem ditado vários constrangimentos na companhia, prova disso foi o voo inaugural que tem um atraso de três horas, precisamente porque um membro da tripulação testou positivo", salientou Sara Pires, nas declarações à Lusa.
A companhia teve que substituir toda a tripulação e em tempo recorde conseguiu reunir uma equipa de sete pessoas, que se deslocou de Madrid para Lisboa e assim viabilizar o voo.
"São questões que nós vamos ter que enfrentar no dia-a-dia desta retoma das operações. Temos é que estar bem organizados e ter sempre um plano 'B' para determinadas questões. Não tendo um plano 'B', poder sempre conseguir corrigir e gerir estas situações de forma rápida e comunicando sempre aos passageiros as alterações", mostrou.
Neste momento, a Cabo Verde Airlines tem 229 trabalhadores, que segundo a presidente estão "expectantes e animados" com a retoma, 19 meses depois.
Além do plano de retoma e estabilização 2022-2023, que foi aprovado por unanimidade, foram aprovados os relatórios e contas de 2018 e 2019, os respetivos resultados, a gestão e fiscalização, alteração dos estatutos e substituição da presidente da mesa da assembleia-geral.
A data da retoma dos voos coincidiu com o 63.º aniversário da companhia aérea cabo-verdiana, que nesta fase está a vender bilhetes apenas através do seu site www.caboverdeairlines.com.
As agências de viagens parceiras estarão brevemente capacitadas para a comercialização dos voos da TACV, Cabo Verde Airlines, nome comercial da companhia.
Anteriormente, o Governo tinha apontado a retoma dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), que não operam voos comerciais desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19, durante o primeiro trimestre de 2022.
Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da TACV por 1,3 milhão de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da Cabo Verde Airlines -- nome comercial da companhia) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).
O Estado cabo-verdiano assumiu em 06 de julho a posição de 51% na TACV, alegando vários incumprimentos na gestão e dissolvendo de imediato os corpos sociais.
Em 26 de novembro, a Loftleidir Cabo Verde anunciou que deu início a um processo arbitral contra o Estado cabo-verdiano alegando "violação dos acordos celebrados entre as partes", face à renacionalização companhia aérea de bandeira TACV.
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