Ucrânia nunca reconhecerá a anexação da Crimeia
A Ucrânia nunca reconhecerá a anexação da Crimeia, afirmou hoje um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, citado pela agência Interfax-Ucrânia.
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"Não reconhecemos e nunca reconheceremos a chamada independência e o chamado acordo sobre a integração da Crimeia na Rússia", disse Ievgen Perebinis, acrescentando que o acordo assinado "não tem nada a ver com democracia, primado da lei ou senso comum".
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje um tratado bilateral de união com o primeiro-ministro da Crimeia, Sergui Aksionov, e outros dirigentes da península, na presença dos membros das duas câmaras do parlamento russo, dos governadores e dos membros do governo russo.
O partido do ex-campeão mundial de boxe Vitali Klitschko, o 'Udar', atualmente membro do governo interino da Ucrânia, reagiu por seu lado ao anúncio do acordo apelando para uma "rutura imediata" das relações diplomáticas com Moscovo.
"Considerando os atos hostis das autoridades russas e a prática das relações internacionais, insistimos numa rutura imediata das relações diplomáticas entre a Ucrânia e a Rússia", afirmou o partido num comunicado.
A assinatura do acordo, transmitida pela televisão estatal russa, seguiu-se ao discurso de Putin sobre a Crimeia, no qual o presidente russo propôs ao Parlamento russo uma lei para integrar a Crimeia e a cidade de Sebastopol na Federação Russa e assegurou que não pretende nem precisa de dividir a Ucrânia.
Em Sebastopol, base da Frota russa do Mar Negro, o discurso de Putin foi aplaudido por cerca de duas mil pessoas, reunidas na praça Nakhimov, onde foi colocado um ecrã gigante para transmitir em direto de Moscovo.
A república autónoma ucraniana da Crimeia, de população maioritariamente russa, está no centro da tensão entre a Rússia e a Ucrânia desde a destituição, em fevereiro, do presidente ucraniano Viktor Ianukovich, considerado pró-russo.
As autoridades locais da península autónoma, de população maioritariamente russa, recusaram reconhecer o novo governo de Kiev e referendaram uma união com a Rússia, apoiada por 96,77% dos votantes.
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