Homem que entrou clandestinamente na Coreia do Norte será um desertor
Um homem que entrou clandestinamente na Coreia do Norte no sábado a partir da Coreia do Sul será um desertor norte-coreano que regressou ao país, admitiu hoje o Ministério da Defesa sul-coreano.
© Reuters
Mundo Seul
O indivíduo foi avistado pelo sistema de vigilância quando atravessava a parte oriental da zona desmilitarizada que divide a península coreana, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Os militares sul-coreanos lançaram uma operação de busca, mas sem resultado.
As autoridades sul-coreanas ainda não identificaram o homem, mas um funcionário do Ministério da Defesa disse que deverá ser uma pessoa atravessou a fronteira clandestinamente em 2020.
"Assumimos que foi o mesmo homem que desertou para o Sul ao escalar a cerca de arame farpado em novembro de 2020", disse a fonte do Ministério à AFP.
O homem terá cerca de 30 anos, acrescentou.
Uma fonte do Ministério da Defesa disse à agência noticiosa sul-coreana Yonhap que o homem "foi reconhecido como o mesmo desertor".
Até agora, não foram encontradas provas de espionagem, disse a mesma fonte, sob a condição de não ser identificada.
Após ter chegado à Coreia do Sul, o homem terá trabalhado como funcionário de limpeza, uma indicação de que poderia ter tido dificuldades económicas e preferido regressar à Coreia do Norte, segundo a agência sul-coreana.
Os militares sul-coreanos informaram as autoridades da Coreia do Norte sobre o caso e Pyongyang confirmou ter recebido a informação.
"Mas não houve resposta sobre o nosso pedido de proteção da pessoa", disse a fonte do Ministério da Defesa à Yonhap.
Anos de repressão e pobreza na Coreia do Norte levaram mais de 30.000 pessoas a fugir para o Sul nas décadas após a Guerra da Coreia (1950-1953), mas as travessias na direção contrária são muito raras.
Em 2020, soldados norte-coreanos mataram a tiro, no mar, um funcionário sul-coreano do setor das pescas que Pyongyang disse ter atravessado ilegalmente a fronteira marítima.
A grande maioria dos norte-coreanos que escapam primeiro vão para a China antes de se dirigirem para a Coreia do Sul.
Apenas alguns ousaram atravessar a zona desmilitarizada, que está repleta de minas e arame farpado e tem uma forte presença militar de ambos os lados.
Este incidente ocorre depois de a Coreia do Sul ter reforçado o seu sistema de defesa de fronteira com equipamento de vigilância mais sofisticado.
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