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Reacendimento. Parlamento da África do Sul novamente em chamas

Primeiro incêndio foi dado como controlado há menos de 24 horas.

Reacendimento. Parlamento da África do Sul novamente em chamas
Notícias ao Minuto

16:22 - 03/01/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo África do

O Parlamento da África do Sul, localizado na Cidade do Cabo, está novamente em chamas, revela a AFP, esta segunda-feira.

De acordo com as autoridades sul-africanas, os bombeiros lutam para extinguir o reacendimento do fogo, controlado após 24 horas de combate.

Uma nuvem espessa de fumo estava, pelas 18:h locais (menos duas horas em Portugal Continental), a sair dos telhados do edifício vitoriano imponente e as chamas voltaram a ser visíveis.

"O incêndio recomeçou no telhado do edifício da Assembleia Nacional", que foi completamente destruído pelas chamas no dia anterior, conformou à AFP o porta-voz dos bombeiros da cidade, Jermaine Carelse.

O incêndio estava sob controlo e apenas uma dúzia de bombeiros ainda se encontrava no local a fazer o rescaldo de algumas zonas. Aquele contingente foi entretanto reforçado e, tal como no dia anterior, o combate ao fogo está a ser feito também com a partir de cima, com o recurso a gruas.

Este incêndio começou por volta das 05:00 horas locais (03:00 TMG) de domingo, na ala mais antiga do edifício - concluído em 1884, que contém cerca de 4.000 obras de arte, algumas datadas do século XVII, e património valioso -, cujo telhado foi completamente destruído.

O hemiciclo onde deliberavam os deputados à câmara baixa do parlamento foi destruído, assim como vários gabinetes, confirmaram hoje fontes oficiais sul-africanas.

"Podemos confirmar que uma das maiores perdas no incêndio é a queima completa da câmara da Assembleia Nacional", câmara baixa do parlamento, informou Amos Masondo, presidente do Conselho Nacional das Províncias (Senado Sul-Africano), numa conferência de imprensa.

A temperatura no interior em alguns locais do edifício era ainda de cerca de 100 graus centígrados ao início da tarde, segundo a ministra das Infraestruturas, Patricia de Lille, pelo que a extensão real dos danos está por avaliar.

As equipas de engenheiros e especialistas destacados para o local esperam ter um relatório preliminar sobre as circunstâncias do incêndio até à próxima sexta-feira, segundo Lille.

Uma pessoa foi, entretanto, detida por suspeitas de ligação à origem do incêndio. Trata-se de um homem de 49 anos, que foi visto pelos serviços de segurança dentro do edifício do parlamento e apanhado com artigos roubados, informaram as forças de segurança numa declaração no domingo à noite.

O suspeito detido comparecerá perante um juiz esta terça-feira e enfrenta acusações de arrombamento, roubo e fogo posto num local de importância nacional.

Segundo a imprensa local, o suspeito terá tido acesso aos edifícios através de uma janela.

Sobre esta detenção, Mapisa-Nqakula explicou que o relatório da polícia sobre a detenção ainda não está disponível, mas sublinhou que o incêndio constituiu um "ataque" deliberado ao parlamento, e assume-se como uma "ameaça" à democracia da África do Sul.

As autoridades sul-africanas acreditam que o incêndio começou no edifício mais antigo do complexo da Assembleia Nacional (a "Velha Assembleia"), concluído em 1884, e depois alastrou-se à ala mais recente, que alberga a atual câmara baixa e os seus gabinetes.

As equipas de emergência foram notificadas do incêndio por volta das 06:00 horas locais (04:00 TMG, hora de Lisboa) de domingo.

Estão igualmente em curso investigações sobre, por exemplo, por que razão os sensores de incêndio foram lentos a responder, segundo Patricia de Lille, em declarações no domingo.

Os aspersores anti-incêndio também não funcionaram porque, alegadamente, a válvula de água que alimentava o sistema estava fechada.

De Lille confirmou hoje que as câmaras de segurança estavam a funcionar nas primeiras horas do incidente e que a polícia está a monitorizá-las.

Este é o segundo incêndio neste edifício em menos de um ano. Em março de 2021, um outro incêndio deu origem a um relatório que concluiu com a necessidade de melhorar as medidas de segurança do edifício, consideradas inadequadas.

Leia Também: Polícia detém suspeito de incêndio na Assembleia Nacional sul-africana

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