Ativista egípcio-palestiniano Ramy Shaath libertado no Egito
O ativista político egípcio-palestiniano Ramy Shaath, de 48 anos, detido no Egito há mais de dois anos, foi libertado, revelou hoje fonte judicial.
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Mundo Egito
Ramy Shaath foi uma das figuras da revolução egípcia em 2011 e é coordenador no Egipto do movimento Boicote, Desinvestimento, Sanções (BDS), que defende o boicote a Israel e a luta contra a ocupação dos territórios palestinianos.
O egípcio-palestiniano tinha sido detido em julho de 2019, acusado de fomentar "revoltas contra o Estado".
Uma fonte judicial referiu à AFP que o ativista político foi libertado por decisão do procurador-geral, sem dar mais detalhes.
Céline Lebrun, mulher francesa do ativista, que foi deportada para Paris após a prisão de Ramy Shaath, revelou à AFP que o marido ainda não foi libertado.
"Faremos um comunicado quando ele estiver cá fora e no avião", acrescentou.
Em dezembro, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, Anne-Claire Legendre, salientou que a situação de Shaath estava a ser "monitorada de perto e regularmente discutida, inclusive ao mais alto nível".
Também em dezembro, cinco organizações de direitos humanos questionaram o Presidente de França Emmanuel Macron sobre o destino deste ativista, que é filho de um político palestiniano, Nabil Shaath.
Um ano antes, durante uma visita do Presidente do Egipto Abdel Fattah al-Sisi a Paris, o chefe de Estado francês tinha revelado que manteve uma conversa com o homólogo egípcio sobre "casos individuais", incluindo o de Ramy Shaath.
Outro ativista egípcio de direitos humanos, o investigador Patrick Zaki, devia ter sido libertado em meados de dezembro, após 22 meses de detenção, mas ainda pode ser condenado até cinco anos de prisão por "informações falsas" devido a um artigo em que denuncia discriminações sofridas.
O Egito, que tem mais de 60.000 prisioneiros de consciência, segundo várias ONG, viola os direitos humanos em todas as áreas, razão pela qual Washington congelou 10% da ajuda ao país.
No seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos no mundo, o Departamento de Estado norte-americano cita "execuções extrajudiciais", "tortura", "desaparecimentos forçados", "detenções arbitrárias", "censura", "violações aos direitos de reunião e associação", "violência anti-LGBT" e "trabalho infantil forçado".
Segundo o documento, todas as violações ocorrem "num ambiente de impunidade" criado pelas próprias autoridades egípcias, que não sancionam os responsáveis.
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