As autoridades de Xian suspenderam a ligação aérea direta com Lisboa, durante o mês de janeiro, numa altura em que a cidade chinesa enfrenta um grave surto de covid-19, que obrigou a um confinamento total.
Xian é o destino da única ligação aérea direta entre a China e Portugal. O voo, com uma frequência por semana e operado pela companhia aérea Beijing Capital Airlines, só será retomado no início de fevereiro, disse à agência Lusa fonte da companhia aérea.
As autoridades chinesas exigiram hoje "medidas mais rígidas" à cidade de Xian, que está sob confinamento desde 23 de dezembro para conter um surto de covid-19.
Liu Guozhong, secretário do Partido Comunista Chinês (PCC) na província de Shaanxi, província cuja capital é Xian, garantiu que "medidas mais rígidas e precisas" são necessárias para reverter a situação, incluindo "regular o confinamento com mais rigor e sem erros".
As medidas incluem a realização de mais testes de ácido nucléico - já foram realizadas oito rodadas de testes massivos - e o isolamento para quem testar positivo e respetivos contactos próximos.
A cidade somou já 1.663 infeções, desde que detetou os primeiros casos de covid-19, no início de dezembro do ano passado.
O responsável destacou a garantia de fornecer bens alimentares à população, bem como a cobertura das necessidades básicas, num momento em que nas redes chinesas alguns residentes criticam a gestão das autoridades pela falta de abastecimento.
Dois quadros locais do Partido Comunista foram removidos dos seus cargos, devido à sua resposta insatisfatória ao surto, de acordo com a imprensa local.
O vice-diretor do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da cidade, Chen Zhijun, disse ao jornal The Paper que o "bloqueio só será suspenso quando não houver mais casos".
"Temos uma meta, que é atingir 'zero casos' de infeção por transmissão local. Vamos suspender gradualmente as restrições quando chegarmos lá", disse Chen.
O número total de infetados ativos na China continental agora é de 3.256, dos quais 1.783 em Xian.
Segundo relatos oficiais, desde o início da pandemia, 102.841 pessoas foram infetadas em todo o país, entre as quais 4.636 morreram.
A China segue uma estratégia de "zero casos" com restrições de fronteira muito severas e bloqueios direcionados assim que surgem os casos, mas esta abordagem não evitou surtos locais.
Leia Também: Deslizamento de terras na China fez 14 mortos e três feridos