Capitólio: Um ano depois, polícia ainda corrige "deficiências críticas"

O novo chefe da polícia do Capitólio disse hoje que foram feitos progressos na resolução de "deficiências críticas", um ano depois do ataque à sede do Congresso norte-americano, apesar das dificuldades identificadas.

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Lusa
05/01/2022 21:29 ‧ 05/01/2022 por Lusa

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Estados Unidos

"Vamos ser testados novamente e estaremos preparados", assegurou J. Thomas Manger, apesar de apontar como problemas a grande escassez de pessoal e milhares de novas ameaças aos membros do Congresso.

Entre as mudanças, foi assinalada uma melhoria na capacidade da força de segurança em reunir, analisar e compartilhar dados com outras forças policiais federais e estatais, revelou.

Esta foi uma das falhas que contribuiu para a falta de forças defensivas durante os violentos protestos no Capitólio, que causaram cinco mortos e mais de cem feridos.

A missão de J. Thomas Manger passa por mudar aquela força de segurança de um departamento de polícia tradicional para uma força de proteção, noticia a agência AP.

"O dia 06 de janeiro expôs deficiências críticas no planeamento operacional, de inteligência, de pessoal e de equipamentos. Reconheço que estas questões precisam de ser resolvidas e é isso que estamos a fazer", salientou.

J. Thomas Manger, que assumiu o cargo logo após o ataque, garantiu que aquela força está hoje mais forte e mais bem equipada para lidar com um ataque semelhante do que estava há um ano.

A polícia do Capitólio trabalha também para obter mais formação de última geração para os mais de 1.800 agentes que integram a força e os quase 400 funcionários civis.

Um relatório tinha revelado que mais de 75% dos polícias em 06 de janeiro de 2021 tiveram que proteger o Capitólio com as suas fardas comuns e enfrentaram nalguns casos manifestantes equipados e armados.

Apesar das evoluções, quer logísticas quer de estratégia, o maior desafio daquela força de segurança é o pessoal.

Faltam atualmente 450 polícias para suprimir as necessidades da agência, na sequência de 150 saídas por reforma ou renúncia, referiu J. Thomas Manger.

A curto prazo, o chefe da polícia do Capitólio tem procurado transferências de polícias de outras agências e a contratação de agentes de segurança privada para locais em que não são necessárias forças de segurança armadas.

No entanto, a longo prazo Manger pretende contratar 280 policias por ano, durante os próximos três anos.

Os Congressistas estão também preocupados com o aumento das ameaças sentidas nos seus Estados de origem.

A presidente da Comissão de Regras do Senado, Amy Klobuchar, revelou que em 2021 muitos legisladores foram alvo de mais de 9.000 ameaças.

Manger assegurou que a Polícia do Capitólio está a procurar melhorar a coordenação com as autoridades locais para proteger melhor os escritórios e residências dos congressistas.

"O maior desafio que acho que temos é de acompanhar o número de ameaças. Duplicamos o número de polícias que investigam estas ameaças... Se elas continuarem a subir da mesma forma, é claro que precisaremos de mais policias", frisou.

A 06 de janeiro de 2021, milhares de pessoas cercaram e várias centenas forçaram a entrada no Capitólio, quando os congressistas estavam a certificar o resultado das eleições presidenciais de novembro de 2020 e a vitória do atual Presidente, o democrata Joe Biden.

A invasão da sede do Congresso norte-americano aconteceu algumas horas depois do ainda Presidente Donald Trump (republicano) se ter dirigido a uma multidão composta por milhares de apoiantes, durante um comício realizado nas imediações da Casa Branca, e de ter defendido que estes nunca deveriam aceitar uma derrota, numa referência aos resultados das presidenciais de novembro de 2020.

Leia Também: Capitólio: Congressistas reconhecem trauma um ano após a invasão

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