"Preocupa-nos a violência que eclodiu após os protestos pacíficos no Cazaquistão", afirmou Jose Borrel em comunicado, destacando o papel desse país "parceiro da União Europeia" e a sua importância para a estabilidade na região.
"Lamentamos profundamente a perda de vida humanas e condenamos veementemente atos de violência generalizados. É importante prevenir novas escaladas, evitar qualquer incitamento à violência, agir com moderação em todos os momentos e evitar explorar os distúrbios para outros fins", adianta ainda o comunicado, divulgado este sábado pelo Serviço Europeu de Ação Externa.
O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança acrescentou que a União Europeia está pronta a "fornecer assistência para uma resolução pacífica da crise", referindo que o apoio militar exterior "deve respeitar a soberania e a independência do Cazaquistão, assim como os direitos fundamentais de todos os cidadãos".
"Instamos as autoridades do Cazaquistão a cumprirem com os seus compromissos neste momento difícil, incluindo o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais dos seus cidadãos, particularmente a liberdade de reunião, a liberdade de expressão e dos meios de comunicação social", acrescenta o comunicado, citado pela EFE.
Várias dezenas de pessoas, incluindo 18 polícias, perderam a vida naquela que foi a maior onda de protestos no Cazaquistão desde a sua independência.
Foram ainda detidas de cinco mil pessoas na sequência de 125 investigações distintas, segundo dados do Ministério do Interior do Cazaquistão.
Os protestos começaram no passado domingo nas províncias após uma subida do preço do gás, antes de se espalharem pelas grandes cidades, especialmente Almaty, a capital económica do Cazaquistão, onde as manifestações se transformaram em tumultos contra o regime.
Um contingente de tropas da Rússia e outros aliados de Moscovo chegou ao Cazaquistão na quinta-feira para apoiar o governo, protegendo edifícios estratégicos e apoiando a aplicação da lei.
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