Pequim nomeia novo comandante para a força militar chinesa em Hong Kong

Peng Jingtang, antigo líder das forças especiais antiterrorismo na região de Xinjiang, no noroeste da China, é o novo responsável pela força militar chinesa em Hong Kong, divulgou no domingo a agência oficial de notícias.

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Lusa
11/01/2022 07:45 ‧ 11/01/2022 por Lusa

Mundo

Hong Kong

O general, ex-vice-chefe de gabinete da Polícia Armada do Povo, é o novo comandante dos quartéis militares de Hong Kong, após a nomeação pelo Presidente da China, Xi Jinping.

Esta nomeação surge no seguimento da forte repressão aplicada por Pequim sobre Hong Kong, após os enormes protestos pró-democracia em 2019, noticiou hoje a agência AFP.

Hong Kong tem a sua própria força policial, mas a China mantém quartéis militares desde que a cidade se rendeu em 1997, na sequência da saída das forças coloniais britânicas.

Peng Jingtang foi chefe de gabinete do Corpo da Polícia Armada de Xinjiang, que pertence à polícia paramilitar chinesa, segundo o currículo divulgado pela comunicação social estatal.

Há três anos a Reference News, do grupo da agência oficial Xinhua, tinha noticiado que Peng iria liderar uma nova força especial, formada em Xinjiang "para atender às necessidades da luta contra o terrorismo na região e em toda a China".

Pequim é acusado pelos países ocidentais de encerrar massivamente os uigures, uma comunidade de maioria muçulmana do oeste da China, em vastos campos de trabalho, inclusivo na região de Xinjiang.

Vários países ocidentais acusam Pequim de deter nos últimos anos, em campos de reeducação, sob forte vigilância, um milhão de uigures, uma minoria de origem muçulmana, além de membros de outros grupos étnicos da região.

Pequim nega, juntamente com representantes do governo da província, sustentando que os referidos campos são "centros de formação profissional", onde se "aprende mandarim, noções de direito e um ofício".

O novo responsável pelos quartéis militares em Hong Kong vai substituir Chen Daoxiang, que atingiu a idade de reforma.

Durante a liderança de Chen Daoxiang, os militares do Exército de Libertação do Povo Chinês (ELP) tornaram-se mais visíveis em Hong Kong.

Durante os protestos de 2019, estes foram vistos a limparem escombros nas ruas após um confronto entre manifestantes e policias.

Também executaram vários exercícios, onde era simulado o controlo de multidões ou operações contraterroristas.

Pequim desvalorizou as manifestações pró-democracia que decorreram em Hong Kong, apelidando-as como "terrorismo local", retórica semelhante à utilizada na região de Xinjiang.

Tal como acontece com Macau desde 1999, para Hong Kong foi acordado a partir de 1997 um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, com o Governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa, ao abrigo do princípio "um país, dois sistemas".

Leia Também: Regras criam corrida aos vistos 'gold' em Hong Kong e China continental

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