Segundo um comunicado do Parlamento Europeu, a abertura da sessão plenária em Estrasburgo será marcada por uma homenagem a Sassoli, eleito eurodeputado em 2009 e que presidiu à instituição entre julho de 2019 e 2022, que será liderada pela primeira vice-presidente e candidata à sucessão, a maltesa Roberta Metsola, do Partido Popular Europeu (PPE).
A eleição do novo presidente do hemiciclo europeu terá lugar, como estava já previsto, na terça-feira, 18 de janeiro, durante a sessão plenária, num processo que será conduzido pelo segundo vice-presidente, o eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira, segundo adiantou o próprio.
"O presidente Sassoli adotou medidas extraordinárias que permitiram ao PE desempenhar as suas funções e exercer as suas prerrogativas durante a pandemia [de covid-19], ao abrigo dos Tratados. Desempenhou também um papel de destaque na defesa de um orçamento de longo prazo da União Europeia (UE) ambicioso e de um mecanismo de recuperação eficaz", lê-se no mesmo comunicado.
A par de outras considerações, a nota informativa caracteriza Sassoli como um "europeu dedicado" e recorda uma passagem de um discurso que o representante fez perante o Conselho Europeu de dezembro: "Do que a Europa precisa - e precisa acima de tudo - é de um novo projeto de esperança. Penso que podemos construir esse projeto com base numa abordagem robusta, com três vertentes: uma Europa que inova; uma Europa que protege; e uma Europa que ilumina".
As cerimónias fúnebres de David Sassoli iniciam-se com uma câmara ardente nesta quinta-feira, em Roma, estando o funeral marcado para sexta ao meio-dia (11:00 horas em Lisboa), também na capital italiana.
Sassoli morreu hoje aos 65 anos em Aviano (Itália), onde se encontrava hospitalizado desde 26 de dezembro, sendo o primeiro presidente do Parlamento Europeu a morrer em exercício de funções nas quais estava prestes a ser substituído, no cumprimento de um acordo de partilha do mandato de cinco anos.
David Sassoli contraiu uma pneumonia em setembro de 2021, que o obrigou a receber tratamento hospitalar em Estrasburgo, França, e, embora tenha recebido alta hospitalar uma semana depois, prosseguiu a recuperação em Itália e esteve mais de dois meses ausente das sessões plenárias do parlamento, regressando no final do ano.
Na próxima semana, na primeira sessão plenária do ano, o Parlamento Europeu deverá eleger um novo presidente da assembleia, algo que já estava previsto a meio da atual legislatura, e não relacionado com o estado de saúde de Sassoli.
Leia Também: Sassoli: BCE manifesta consternação pela morte de "europeu dedicado"