Cerca de cem ruandeses que chegaram nos últimos dias à República Democrática do Congo (RDCongo), alegando estar a fugir da vacinação contra a Covid-19 no seu país, foram hoje enviados de volta para o Ruanda, segundo fontes congolesas.
"Todos os ruandeses que se encontravam ilegalmente" no país, na ilha de Idjwi, localizada no Lago Kivu, na fronteira entre a RDCongo e o Ruanda, "foram devolvidos ao seu país na quinta-feira [hoje] de manhã", disse, por telefone, à agência de notícias francesa AFP, Roger Ntambuka, o líder local de Ntambuka, uma entidade administrativa localizada na parte sul da ilha.
Eram "101 pessoas, homens, mulheres e crianças, que embarcaram num grande barco privado", afirmou. "Eles opuseram-se ao seu repatriamento, mas ontem [quarta-feira] negociámos com eles o dia todo, e forçámo-los a embarcar", acrescentou aquele responsável.
Os ruandeses, que chegaram em pequenos grupos à RDCongo e que se estabeleceram em duas aldeias, disseram estar a fugir da vacinação contra a covid-19, obrigatória no Ruanda, para quem anda de transportes públicos, em bares e restaurantes e em conferências e reuniões.
Mas os habitantes locais manifestaram alguma preocupação e questionaram as intenções dos cidadãos ruandeses.
Na quarta-feira, o Governo ruandês afirmou, em comunicado, que "um grupo de ruandeses tinha partido para os países vizinhos, alegando ser contra a vacinação, principalmente por razões religiosas".
"A maioria deles regressou ou está em vias de regressar [ao Ruanda] graças à cooperação bilateral, incluindo os que foram para a ilha de Idjwi", acrescentou-se no comunicado, sublinhando-se que "estes ruandeses estavam tranquilos (...) e informados dos benefícios da vacinação".
A Covid-19 provocou 5.503.347 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.
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