Quinze detidos por tentativa de destabilização no Burkina Faso
Quinze pessoas, incluindo dez militares, foram detidas esta semana no Burkina Faso por "tentativa de destabilização das instituições", 12 das quais ficaram em prisão preventiva, anunciou hoje o ministro da Defesa, Aimé Barthélémy Simporé.
© Lassana Bary/Twitter
Mundo Burkina Faso
"Dois oficiais, sete sub-oficiais, um militar de patente e cinco civis" foram detidos desde segunda-feira, disse o general Simporé, citado pela France-Presse (AFP), no final do conselho de ministros.
Dois dos civis e um militar foram libertados na sequência das primeiras audições, enquanto os restantes detidos estão em prisão preventiva, acrescentou o militar.
Estas detenções surgem na sequência de um inquérito da procuradoria do tribunal militar de Ouagadougou por "presumíveis factos de tentativa de destabilização das instituições do Estado", explicou.
A investigação foi motivada pela "denúncia de um militar que terá sido contactado por um grupo de indivíduos para se juntar a eles e realizar atos de destabilização contra as instituições", adiantou Simporé.
"Pedimos à nossa nação que mantenha a serenidade e se dedique às suas ocupações enquanto aguarda que a procuradoria possa comunicar os resultados do inquérito", apelou.
Entre os militares detidos, escreve a AFP citando fontes securitárias, estará o tenente-coronel Emmanuel Zoungrana, ex-comandante do 12.º regimento de infantaria, que até agora comandava as forças envolvidas na luta antiterrorista neste país afetado por frequentes ataques 'jihadistas'.
Segundo as fontes da AFP, sobre este e outros militares recaem, desde as manifestações de 27 de novembro, "suspeitas de conspiração com vista à destabilização (do poder) com ramificações no estrangeiro.
Nesse dia, centenas de pessoas saíram à rua para denunciar a "incapacidade" das autoridades para deter a violência 'jihadista'.
Os protestos descambaram em violência entre manifestantes e forças de segurança, que fizeram uma dezena de feridos.
Tal como a Nigéria e o Mali, o Burkina Faso está desde 2015 envolvido numa espiral de violência atribuída a grupos armados 'jihadistas', filiados à Al-Qaeda e ao grupo extremista Estado Islâmico, que terão feito pelo menos 2.000 mortos e 1,4 milhões de deslocados.
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