"Em resposta à ameaça e à necessidade militar, começámos a realizar ataques aéreos em Sanaa em que os alvos são líderes terroristas no setor norte da capital", anunciou a coligação num comunicado divulgado pela agência noticiosa saudita SPA.
A coligação, que integra os EAU, argumentou que "a situação operacional exige ataques contínuos em resposta à ameaça", segundo o comunicado.
Testemunhas na capital iemenita garantiram à agência noticiosa Efe que dois ataques atingiram quartéis militares dos huthis, localizados perto da cidade universitária de Sanaa, causando explosões e incêndios.
Segundo a agência iemenita Saba, controlada pelo huthis, pelo menos quatro civis morreram e outros cinco ficaram feridos em consequência dos bombardeamentos da coligação.
A nova campanha de bombardeamentos contra a capital iemenita ocorre após os dois ataques ocorridos hoje contra o aeroporto internacional e uma área industrial em Abu Dhabi, que provocaram pelo menos três mortos, no primeiro, e seis feridos, no segundo.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Emirados condenou em comunicado a agressão e destacou que os Emirados "se reservam o direito de responder a esses ataques terroristas e a essa sinistra escalada criminosa" cometida "fora do Direito Internacional e Humanitário".
Os Estados Unidos, a França e o Reino Unido já condenaram os ataques dos huthis.
Washington garantiu que vai "responsabilizar" os huthis pelos ataques nos EAU, tendo expressado a sua "condenação veementemente", numa posição expressa pelo conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
Em Paris, num comunicado de imprensa, o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian "condenou com grande vigor" os ataques que, salientou, "traduzem uma ameaça à segurança dos EAU e à estabilidade na região".
Em Londres, numa mensagem na rede social Twitter, a chefe da diplomacia britânica, Liz Truss, "condenou nos termos mais fortes os ataques terroristas reivindicados pelos huthis contra os Emirados Árabes Unidos".
A guerra matou 377 mil pessoas no Iémen - tanto civis como combatentes - e exacerbou a fome e a miséria em todo o país.
O conflito no Iémen é considerado pela ONU como a maior tragédia humanitária do planeta, atualmente, com 80% da população do país a necessitar de algum tipo de assistência para colmatar as suas necessidades básicas.
Localizado no Médio Oriente, junto ao mar Arábico, golfo de Aden e mar Vermelho, e com fronteiras com Omã e a Arábia Saudita, o Iémen tem uma população de cerca de 33 milhões de pessoas.
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