Moçambique condena líder de grupo de caça ilegal a 30 anos de prisão
O Tribunal Judicial da Província de Maputo condenou a 30 anos de prisão um homem que liderava um grupo de caça ilegal de animais em áreas de conservação moçambicanas e sul-africanas, anunciou hoje o Ministério da Terra e Ambiente de Moçambique.
© Lusa
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O arguido Admiro Chaúque "liderava uma quadrilha de caçadores furtivos que operava nos distritos de Magude e Massingir e no Parque Nacional Kruger da África do Sul", referiu o Ministério da Terra, numa nota enviada hoje à comunicação social.
O homem foi condenado pelos crimes de caça proibida, porte ilegal de armas e associação para delinquir, avançou o ministério na mesma nota, referindo que foi também condenado a 28 anos de pagamento de multa correspondente à taxa de 1% do salário mínimo.
O arguido foi detido em 03 de maio de 2021, "quando, pela segunda vez, voltava de uma tentativa de caça ilegal de rinoceronte".
Segundo o documento, o homem foi interpelado pelas autoridades pela primeira vez em 18 de janeiro de 2020, quando se encontrava, com outros arguidos, junto de um médico tradicional para tratar de um companheiro ferido.
"Trata-se de um executor da caça furtiva e organizador de criminosos para essa atividade", referiu o ministério, acrescentando que o grupo se dedicava ao tráfico de cornos de rinoceronte, enviados depois para mercados asiáticos, com destaque para a China e o Vietname.
De acordo com o Ministério da Terra, na segunda-feira foi também condenado pela justiça moçambicana um homem a nove anos de prisão por ter colocado armadilhas mecânicas no Parque Nacional de Maputo.
A caça furtiva em Moçambique tem sido uma grave ameaça à vida selvagem no país, tendo reduzido drasticamente algumas espécies, segundo dados oficiais.
De acordo com os últimos dados da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), desde 2009, o país perdeu pelo menos dez mil elefantes e, só na Reserva do Niassa, o número total desta espécie passou de 12.000 para 4.400 em três anos (entre 2011 e 2014).
Relatórios mais recentes indicam que o país perdeu, entre 2011 e 2016, 48% da população de elefantes.
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